Oferenda para Obaluaê: veja como agradá-lo e dicas para fazer a sua!

O Orixá Obaluaê é uma divindade do Candomblé e da Umbanda que representa a saúde e a cura, sendo entre todos os orixás um dos mais temidos. Ele também pode ser conhecido como Omulu, Omolu, Obaluaiê, Obaluaê ou Xapanã.

Esse Orixá simboliza os elementos do fogo e da terra, além de ser responsável por tudo que nasce e morre. Pelo elemento terra ser primordial em sua constituição ele se tornou gerente de todo esse poder, regendo todas as questões relacionadas à vida e à morte.

Se tornando assim sinônimo de respeito, ninguém é capaz de guardar segredos dele, pois Obaluaê está atento a todos os detalhes da vida das pessoas. Ele reconhece o sofrimento, a enfermidade e a justiça, carregando assim a responsabilidade pelos pobres e doentes em seus ombros.

Portanto, Obaluaê se associa à cura e à saúde. Descubra algumas oferendas para o Orixá Obaluaê e saiba como pegar emprestado a sua força para si no texto a seguir!

O orixá Obaluaê é um dos mais importantes das religiões de matriz africana. Ele é guardião do mundo espiritual, mediador da vida e da morte e senhor dos espíritos. Devido às dificuldades que ele enfrentou durante toda a sua vida, ele inspira a resiliência.

Aprenda com a história de Obaluaê que todos os desafios podem ser superados! Continue a leitura e saiba mais detalhes sobre o orixá da terra.

A história de Obaluaê é cercada de mistérios e também de muito sofrimento. Ele é filho de Nanã Buruquê, que enfeitiçou Oxalá para seduzi-lo. Devido a isso, Obaluaê nasceu cheio de feridas.

Por conta da sua aparência, sua mãe o abandonou no mar, onde Iemanjá, rainha das águas salgadas, o encontrou e cuidou dele. Iemanjá adotou como seu filho e o ensinou a curar as doenças.

Obaluaê cresceu com cicatrizes e se envergonhava disso. Em uma festa com todos os orixás, Obaluaê sentiu vergonha da sua aparência e ficou afastado em um canto. Ogum, o orixá guerreiro, fez um grande capuz de palha que cobria Obaluaê dos pés à cabeça para ele poder dançar.

Notando a figura coberta de palhas, Iansã jogou sua ventania em Obaluaê para descobrir como ele era. Nesse momento, todos se encantaram, pois as feridas de Obaluaê se transformaram em pipoca e ele reluzia como o Sol.

A principal característica de Obaluaê é a sua roupa especial. Ele se cobre inteiro com um chapéu de palha que protege os humanos do brilho de Obaluaê. Ele anda curvado, como se estivesse sentindo a dor e as mazelas do mundo.

Obaluaê também carrega uma lança de madeira e seu Xaxará, um cetro feito de palha de dendezeiro enfeitado com búzios e contas. Com o seu Xaxará ele espanta os espíritos e energias ruins, além de expulsar as doenças e impurezas.

Alguns consideram que Obaluaê e Omulú são a mesma entidade, mas em estágios ou energias diferentes. Nesse caso, Obaluaê seria a forma jovem do orixá, e Omulu a forma mais velha. Enquanto Obaluaê é expansivo, transmutador e irradiador, Omulu é estabilizador e paralisador.

Essa diferença de energia se evidencia nos campos de domínios de cada um, onde Omulu relaciona-se a morte física, enquanto Obaluaê atua na transmutação do espírito e sua passagem do mundo dos vivos para o mundo dos mortos.

Em outras vertentes eles são Orixás diferentes, e há os que acreditem que Obaluaê e Omulu derivam do Orixá Xapanã. Dessa forma, as diferenças e similaridades entre os dois dependem de cada vertente.

No Brasil é comum que os orixás das religiões de matriz africana fossem sincretizados em santos católicos. Isso possibilitava o culto pelos negros escravizados, que eram proibidos de adorar os seus orixás em suas formas originais.

Assim, associava-se cada orixá a um santo com características parecidas. No caso de Obaluaê, ele foi sincretizado a São Roque, padroeiro dos enfermos, vítimas de peste e dos cirurgiões. Por isso, alguns oferecem oferendas para Obaluaê no dia de São Roque, 16 de agosto.

Em algumas regiões, como na Bahia, ele também é sincretizado Como São Lázaro, protetor dos leprosos e mendigos. Nesses lugares, o dia de Obaluaê é o mesmo de São Lázaro, 17 de dezembro.

A principal característica dos filhos de Obaluaê é a sua seriedade e introspecção. São silenciosos e observadores, prezam pela sua individualidade e aproveitam a solitude. Por isso, costumam ser escritores, cientistas e pensadores.

Fisicamente, os filhos de Obaluaê são frágeis e algumas vezes aparentam estar triste. Contudo, esse semblante esconde alguém extremamente iluminado e cheio de vida. Se cobram bastante e são muito perfeccionistas.

São muito generosos e inspiram a generosidade nos outros, devido a sua doçura e sinceridade. Podem enfrentar alguns problemas para se entregar ao amor por medo de se machucar, mas quando fizerem serão extremamente fiéis.

É muito importante que os filhos de Obaluaê estejam sempre conectados com sua fé e espiritualidade. Além disso, é essencial que não vivam afastados de tudo e todos, para que não desenvolvam depressão ou outras doenças psicológicas.

Para saudar Obaluaê antes das oferendas ou quando ele se manifesta é dito “Atotô Obaluaê” que significa “silêncio para o grande Rei da Terra”. Caso estejam precisando da ajuda deste poderoso orixá ou precise da sua força para enfrentar alguma doença ou dificuldade, entoe essa oração com muita fé:

Há várias ervas que são utilizadas por e para Obaluaê. Como esse orixá tem o poder da cura, são muito utilizadas as ervas que possuem efeitos curativos como:

- A “agoniada”, o seu chá é muito comum por combater a asma;
- Alamanda, é usado o chá dela para tratar as doenças de pele;
- Babosa, usa-se a sua gosma sobre feridas que servirá com sua ação anti-inflamatória;
- Malolô, que deve ser cozido e ingerido para tratar o reumatismo;
- Alfavaca-roxa, usada em banhos de descarrego ou como chá para emagrecimento;
- Alfazema, utilizada como estimulante sexual ou no controle da menstruação;
- Beldroega, usa-se suas folhas para a cicatrização das feridas, colocando-as amassadas por cima;
- Coentro, é comum utilizá-la quando há uma função digestiva desregular ou para eliminar os gases intestinais;

Outras folhas e ervas importantes para esse orixá são a folha de Omulu (conhecida como canela de cachorro), pariparoba, mamona e cambará.

Para agradar o orixá da terra e dos espíritos, utilize velas das suas cores preferidas que são branco, vermelho e preto. Além disso, Obaluaê gosta muito de água, coco, vinho doce e mel.

Como veremos a seguir, a sua principal oferenda é a pipoca, que tem papel fundamental na sua história de superação e transformação. Faça suas oferendas preferencialmente na segunda-feira e em campo santo, como um cemitério, ou à beira-mar.

A oferenda com pipoca e coco é muito simples e acessível para todos que desejam agradar a Obaluaê, apesar de suas oferendas serem mais práticas ela não tem relação direta a sua força. Pois, o Orixá da Terra é um dos mais temidos e poderosos do Candomblé e da Umbanda, tenha certeza que ele será capaz de curar qualquer tipo de enfermidade.

Aprenda a preparar o ebó com pipoca e coco para Obaluaê para a saúde na leitura a seguir e o agrade para que ele intervenha em sua saúde e o liberte da sua doença!

Você poderá realizar a oferenda de pipoca com coco a qualquer momento. Contudo, busque seguir as recomendações do seu pai, ou mãe, de santo eles saberão orientá-lo quando será o melhor dia e horário a depender da época que irá ser realizado o seu ritual.

Os ingredientes que você precisará ter em mãos para realizar essa oferenda estão listados abaixo:

- Um cesto de palha, ou de vime;
- Um pacote de milho de pipoca;
- Azeite de Dendê;
- Uma panela, ou pipoqueira, para preparar a pipoca;
- 1 Coco seco maduro;
- Mel de abelha;
- 1 vela de 7 dias branca.

Primeiro você terá de preparar a pipoca, estoure elas na panela com azeite de dendê. Caso precise fazer mais de uma vez não há problema, o importante no preparo é sempre utilizar o azeite de dendê e fazer o quanto for necessário para preencher o cesto.

Depois que a pipoca estiver pronta, coloque-a no cesto e espere esfriar. Depois pegue o coco seco e retire a polpa e corte-a em formato de lâminas. Ela deve ser colocada por cima das pipocas junto com 5 ou 7 colheres de mel de abelha para ornar o seu ebó.

Agora que está pronto, procure um local em sua casa que não transite muitas pessoas e coloque a sua oferenda nesse local. Faça uma reverência para Omolu e acenda a vela de 7 dias diante do cesto.

É importante que você mentalize durante a produção da oferenda o seu pedido para que fique claro ao Orixá as suas necessidades e ele consiga cumprir com o seu pedido de proteção e saúde.

Apesar de haver uma crença duvidosa acerca de Obaluaê, ao contrário do que as pessoas pensam ele é um orixá que transmite riqueza e prosperidade. Era comum fazer uma oferenda com pão de sal que era oferecida ao Orixá Obaluaê quando a aldeia sofria de algum tipo de epidemia.

Aprenda como realizar esse ebó com pão e sal para agradar o Orixá Omolu e consiga ajuda para a sua saúde na leitura abaixo.

Ele deve ser realizado quando o enfermo é vítima de doenças com alto grau de contaminação como as gripes, por exemplo. O objetivo dessa oferenda é curar e prevenir as pessoas próximas de que essa epidemia se propague.

Prepare os seguintes ingredientes para realizar a oferenda com pão e sal para Obaluaê:

- 14 Pães de Sal (também conhecido como pão francês);
- 1 Alguidar;
- Azeite de Dendê;
- Vinho tinto seco;
- Pó de efun.

Primeiro pegue os 14 pães de sal de preferência frescos, depois passe os pães pelo corpo da pessoa para absorver toda a sua enfermidade. Em seguida, arrume os pães em um alguidar de barro.

Após arrumar os pães no alguidar verta sobre eles o azeite de dendê, o vinho tinto seco e salpique um pouco de pó de efun por cima deles. Faça uma reverência ao Orixá e deixe-o diante dele por 7 dias. Caso a doença não tenha ido embora, prepare novamente a oferenda até que a pessoa esteja curada.

Os arenques são pequenos peixes deliciosos encontrados em diferentes oceanos, sendo de extrema importância no comércio e alimento de diversos povos no mundo. Ele também é muito apreciado por Obaluaê e você poderá utilizá-lo em forma de oferenda para curar doenças. Saiba como na leitura a seguir!

Não há restrição quanto ao momento de fazê-lo, mas seguindo as recomendações dos pais e mães de santo do candomblé o seu preparo deve acontecer no começo da noite. Para que Obaluaê opere com mais eficiência durante o seu sono.

Os ingredientes necessários para realizar a oferenda são:

- Arenques defumados;
- Azeite de dendê;
- Mel de abelha;
- Melado de cana;
- Vinho tinto seco.

Deve ser separado 7 arenques defumados e depois arrumados em formato de círculo em um prato de barro. Depois você irá temperar os arenques com o azeite de dendê, melado de cana, vinho tinto seco e mel de abelhas.

Faça uma reverência para Omolu e após sete dias você deverá passar o prato com a oferenda pelo seu corpo doente. Agora é só levar a oferenda até a mata e enterrá-la para agradar o Orixá Omolu.

O tradicional banho de pipoca que acontece na festa de Bonfim também é reproduzido aqui como uma oferenda a Omulu. É comum usarmos a pipoca na realização de rituais em terreiros de candomblé e umbanda, agora você poderá reproduzi-lo também em sua casa. Acompanhe a leitura e entenda a importância deste ritual e como realizá-lo!

O estouro das pipocas deve ser feito sem nenhum óleo ou sal. O banho de pipoca para o Orixá Obaluaê é utilizado como forma de cura e harmonização das energias, sendo considerado um dos rituais de cura poderoso e importantíssimo para as religiões africanas.

Você deve utilizar o milho de pipoca cozinhando com o azeite de dendê e adicionar lascas de coco, jamais utilizando óleo de soja ou sal. Pois, eles possuem outras propriedades e devem ser evitados.

Para realizar o ritual, primeiro você precisará estourar o milho em uma panela com o azeite de dendê. Depois deverá colocar a pipoca em um recipiente redondo, conhecido como alguidar, agora é só enfeitar com algumas lascas de coco e tomar o banho de pipoca.

Obaluaê nos terreiros de candomblé e umbanda representa a saúde e a cura. Os pais e mães de santo sempre recorrem a ele quando estão necessitando tratar as enfermidades de algum filho de santo. Logo, eles realizam oferendas a ele como um pedido de ajuda para o Orixá, agradando-o com os alimentos que ele aprecia.

Além disso, a história de Obaluaê nos ensina o poder de transformação da bondade e da empatia. Iemanjá sentiu compaixão de Obaluaê e o salvou da morte. Ogum teve empatia pela vergonha de Obaluaê e fez a roupa de palha que possibilitou que ele dançasse com todos os outros orixás. Por fim, Iansã revelou a sua verdadeira forma: lindo e radiante.

Obaluaê é então o orixá capaz de curar e dar saúde em todos os aspectos. Tenha certeza que seguindo as oferendas propostas nesse artigo você poderá contar com o seu auxílio, ele será capaz de ajudá-lo independente da sua enfermidade.