Orixás: conheça a origem e a história das principais divindades!

Orixás: conheça a origem e a história das principais divindades!

Os orixás do Brasil são divindades com origem nas religiões de matriz africana. Leia este artigo até o final e saiba tudo sobre eles!


Conheça tudo sobre os Orixás!

Esculturas de orixás.

A palavra Orixá é de origem africana e significa Divindade. Essas entidades eram cultuadas na região de Ioruba, no Sudoeste da atual Nigéria, de Benin e do Norte do Togo. Foram trazidas para o Brasil através dos negros escravizados dessas áreas.

Os Orixás são divindades que se popularizaram no Brasil com as religiões de matrizes africanas, pois muitos negros trazidos como escravos eram da região Ioruba. No sistema religioso africano, os orixás representam a força do grupo social e familiar. Eles têm a função de proteção, para facilitar a sobrevivência do grupo. Você saberá tudo sobre eles nesse artigo. Confira!

Entendendo mais sobre os Orixás

Esculturas de orixás.

Atualmente, muitos Orixás são conhecidos e respeitados no Brasil. Porém ainda há muito preconceito envolvendo as religiões de origem africanas. Acompanhe os tópicos a seguir, para conhecer tudo sobre essas divindades!

O que são os Orixás?

Segundo a tradição, os Orixás são deuses que têm sua origem nos clãs africanos. Eles foram divinizados há mais de 5 mil anos, e o que se conta é que foram inspirados em homens e mulheres capazes de intervir nas forças da natureza.

O poder e a força dos Orixás estão ligados às energias relacionadas ao meio ambiente. Eles conseguem interferir positivamente no resultado das colheitas e da caça, na fabricação de ferramentas, na prosperidade e na proteção.

Além disso, utilizam as ervas para cura de doenças com sabedoria e assertividade. As virtudes e os defeitos estão presentes na personalidade desses seres, pois possuem características humanas. Dessa forma, a vaidade, o ciúme, o amor e a benevolência andam juntos a essas divindades.

Origem e história

Nas crenças de origem africanas, a origem dos Orixás está relacionada à própria criação do mundo. Olodumaré, ao criar o mundo, criou também energias primordiais que o ajudariam a administrar sua criação.

Dentro dessa perspectiva, o mito da criação Iorubá coloca Oxalá como o Criador. Então, a partir da criação da Terra, os Orixás primordiais passaram a habitar o mundo e interagir uns com os outros, gerando suas famílias, amizades e inimizades.

Também foi nessa criação primária que cada Orixá foi consagrado a uma manifestação da natureza. Essas consagrações estão relacionadas aos princípios éticos e ideológicos que cada Orixá carrega em si.

Orixás e o sincretismo religioso

Na época em que os africanos chegaram ao Brasil como escravos, trouxeram consigo suas crenças e religiões. Porém não havia liberdade religiosa no país, pois os colonizadores portugueses impuseram o catolicismo como religião oficial.

Muitos castigos foram impostos àqueles que desobedecessem essas regras. Então, os cativos iniciaram por conta própria o que chamamos de sincretismo religioso, que nada mais é do que a associação de um determinado Orixá a um dos Santos Católicos.

Sendo assim, nos cultos onde havia um altar com Jesus Cristo, Mãe Maria e São Jorge, por exemplo, havia, em baixo da mesa, escondidos pela toalha, as imagens de Oxalá, Iemanjá e Ogum, respectivamente associados aos Santos citados.

Orixás no Brasil

Na mitologia Iorubá, existem mais de 400 orixás, e alguns deles se tornaram muito famosos no Brasil e passaram a ser cultuados até por aqueles que não pertencem às religiões de matriz africana. O candomblé é a religião trazida pelos africanos de origem Iorubá.

Já a umbanda foi criada no Brasil, considerando as associações do sincretismo religioso. Trata-se, portanto, de uma nova religião criada no século XX. Na mitologia iorubá, existem centenas de orixás, mas apenas alguns deles são cultuados pelas religiões umbanda e candomblé.

Orixá Exú

Exu.

O Orixá Exu é a entidade mais polemica do candomblé e da umbanda. Considerado por muitos a personificação do Diabo, ele é o Guardião que nos protege de magias realizadas por espíritos obsessores ou por nossos desafetos. Continue lendo o artigo e saiba tudo sobre ele!

Origem e história

O Orixá Exu é considerado o mensageiro entre os homens e os deuses. A denominação Exu poderá ser aplicada a entidades masculinas e femininas. Os femininos são designados como Pomba Giras, e são os responsáveis pela relação dos homens e dos próprios Orixás entre si.

São de grande importância e adquiriram uma ampla dimensão ao estabelecer, além do diálogo entre homens e deuses, a segurança e proteção de seus eleitos contra outros seres espirituais inferiores.

Muitas religiões consideram que nenhuma ação poderá ser executada sem que, primeiro, seja acionado um Exu, pois será ele quem abrirá os caminhos, tirando todos os impedimentos. Por isso, são associados aos sentidos, à força de viver, à virilidade e ao sexo.

Características visuais

Os Exus, geralmente, possuem um aspecto visual austero. Vestem-se de preto, usam capas e cartolas, além de objetos de poder, como cajados ou tridentes. Porém algumas casas espiritas da umbanda adotam o branco para a vestimenta de todas as entidades.

Já o Exu feminino, representado pela Pomba Gira, se apresenta de forma sexy, usando geralmente vestidos nas cores vermelho e preto. São vaidosas e sensuais, além de gostarem de anéis, colares e pulseiras.

Ainda na linha dos Exus, é importante mencionar a existência da entidade do Exu Mirim e da Pomba Gira Mirim. São seres com aspecto infantil que já encarnaram na Terra e passaram por diversas provações, até chegarem em suas evoluções.

Símbolos e celebrações

Um dos símbolos mais conhecidos que representam os Exus é o Ogó. Trata-se de um bastão de formato fálico feito de madeira, que representa o pênis. É adornado por cabaças, que fazem referência aos testículos, e é um instrumento de imenso poder.

Outros símbolos muito comuns são os tridentes, que, se quadrados, pertencem ao masculino, e os de formato arredondado pertencem às entidades femininas. A celebração dos Exus e das Pomba Giras deve ser mensal, em todo o dia 7. Porém, um mês importante para as celebrações destas entidades é agosto.

Crenças e oração

Perante a crença da umbanda e do candomblé, o Exu é o guardião do caminho e consegue derrubar barreiras, bem como exercer com sucesso, sua função de guardião. As orações são as melhores formas de conexão com esses Orixás. Segue abaixo uma ótima sugestão:

Orixá Exu, vós que sois o Orixá Regente do Vazio, o Orixá Vitalizador, O Orixá Esgotador dos excessos humanos e de suas ilusões vãs, auxilie-nos.
Pedimos ao Senhor e ao Pai Criador Olorum, guiem-nos para que vazio não nos tornemos.
Não nos permitam perder-nos na dualidade dos momentos da vida.

Orixá Exu, não deixe que perturbações espirituais e materiais minem nossa força de vontade e livre arbítrio, nem nossa vontade de viver.

Orixá Exu, Senhor da Dualidade que vemos na matéria, oriente-nos para que não sejamos seduzidos por caminhos que nos levam a paralisação evolutiva e consciêncial das trevas da ignorância em que mergulhamos quando vazios de Deus nos tornamos.

Livra-nos de tudo aquilo que nos afasta de Nosso Criador, e afaste de nós o Mal.
E se merecedores formos, que tenhamos paz e prosperidade, para conduzirmos nosso fardo nessa encarnação de maneira mais amena, com ausência de nossos abismos e negativismos, sobre Tua Guarda e Proteção.
Amém.

Orixá Oxalá

Seguidora do candomblé.

O Orixá Oxalá é um dos mais importantes nos cultos afro-brasileiros. Ele é a entidade que representa as energias da criação da natureza e personifica o céu. Continue a leitura para saber tudo sobre!

Origem e história

Oxalá é considerado o Orixá da vida e o pai de todos, além de ser o maior dos Orixás, pois os demais se curvam a ele. É conhecido como o criador dos seres humanos e do mundo. Sendo assim, nas religiões de matriz africana, ele equivale a Jesus Cristo.

Ele se manifesta em nossa vida através da fé, da paz e do amor. É responsável por nossa saúde física e mental, por isso, é evocado nos momentos de enfermidades, solicitações para proteção e harmonização de toda e qualquer situação aflitiva.

Devemos recorrer-lhe em situações de angústia e impaciência, pois, como sua principal influência está sobre o campo mental, ele nos ajudará a mantermos o equilíbrio necessário para resolver qualquer situação.

Características visuais

Oxalá, muitas vezes, é representado por uma pomba branca, que simboliza a paz e a conciliação. Outras vezes também poderá ser representado por um caramujo, calmo e lento. Suas cores são o branco e o azul, com predominância do branco.

Há duas vertentes diferentes no candomblé que apresentam Oxalá em uma versão jovem e outra mais velha. A versão jovem é chamada Oxaguiã, representada pelo número 8. Este é um jovem guerreiro, que esbanja valentia, além de usar espada e escudo. É ele quem nos motiva, com espírito de luta e vontade de vencer.

Já a versão mais velha é chamada Oxalufã, simbolizada pelo número 10. Ele é representado por um senhor muito calmo e vagaroso, como um idoso que sente dores, e usa um bastão de metal com a imagem de um pássaro, o Opaxorô que lhe dá sustentação. Está relacionado a tranquilidade, paz, sabedoria e paciência.

Símbolos e celebrações

Quando Oxalá se apresenta em sua forma jovem, os símbolos utilizados são a espada, um pilão de metal branco e um escudo. Já na forma idosa, Oxalá tem como símbolo um cajado de metal chamado opaxorô.

O jovem Oxaguiã usa a cor branca mesclada com azul, e seu dia de celebração é a sexta-feira. Já o idoso Oxalufã usa apenas o branco, e seu dia consagrado às celebrações é o domingo. Anualmente, sua celebração é 25 de dezembro.

Crenças e oração

Nas crenças de origem africana, o Orixá Oxalá é considerado o detentor dos maiores poderes. Aquele capaz de harmonizar qualquer situação, ponderando sabiamente o bem-estar de todos. Poderemos apelar para que ele nos ajude na abertura de seus caminhos no amor. Veja a seguir:

Epa Babá! Salve Oxalá, o Maior dos Orixás,
força divina do Amor, da Abnegação e do Carinho!
Senhor do Branco, da Paz e da Luz,

Retire o medo da minha vida para que eu possa sentir, viver e enxergar
A força do verdadeiro Amor abrindo meus caminhos,
Iluminando minha Morada, trazendo o Bem Maior pra minha vida!

Pai Oxalá, tu que és Divina Bondade,
Dai-me uma companhia humana na Terra
Para que eu possa manifestar a potência de seu Amor

Em cada dia da minha vida.
Epa Babá! Salve sua Luz e sua Misericórdia!

Orixá Ogum

Contas de orixá.

O Orixá Ogum é o comandante supremo, um guerreiro que pertence ao Trono da Lei. A Ogum, direcionamos nossos pedidos de prosperidade e proteção, pois ele jamais abandona quem o solicita. Continue lendo este artigo para saber tudo!

Origem e história

A origem e história do Orixá Ogum está relacionada a batalhas e vitórias. Certa vez, Ogum foi chamado para uma guerra que não tinha termino previsto. Então, ao se despedir do seu filho, pediu que um dia do ano fosse dedicado em seu nome, enquanto ele estivesse em batalha.

Neste dia, o povo deveria jejuar e fazer silêncio em sua homenagem. Ogum passou sete anos nessa batalha e, quando retornou, bateu em diversas casas pedindo comida e bebida, porém ninguém o atendeu. Dominado pela ira, ele dizimou toda a aldeia com sua espada.

Quando seu filho chegou, Ogum explicou que a aldeia deveria tê-lo recebido com mais consideração. Porém o que ele não sabia, é que aquele era justamente o dia reservado ao jejum e ao silêncio, em homenagem a Ogum. Então, tomado pela vergonha e remorso, ele abriu o chão com sua espada e se enterrou em pé.

Características visuais

O Orixá Ogum é um forte guerreiro e sempre vem demostrando bravura e coragem. Suas cores são o verde, o azul-escuro e o vermelho. Algumas imagens têm sua representação como um soldado usando armadura.

No sincretismo religioso, ele é representado por São Jorge, também muito respeitado e admirado. O Orixá Ogum está relacionado a estradas de ferro e caminhos. São esses os locais preferidos para assentamento das oferendas dedicadas a esta entidade.

As características visuais que definem este tão respeitado Orixá são principalmente a figura de um soldado que, com valentia e bravura, empunha sem medo sua espada. Ogum não foge de nenhuma batalha imposta a ele, bem como jamais deixa um pedido sem resposta.

Símbolos e celebrações

O principal símbolo do Orixá Ogum é a espada. Ele é o Senhor da metalurgia e tem domínio sobre o ferro, o aço e todas as ferramentas feitas com esses materiais, como ferraduras, facas, martelos, lanças, entre outros.

Sua cor na umbanda é o vermelho e, no candomblé, o verde, o azul-escuro e o branco. Como no sincretismo das religiões afro-brasileiras, Ogum está associado a São Jorge, e as suas celebrações são no mesmo dia, 23 de abril.

Já o dia da semana dedicado a esta entidade é a terça-feira, quando os adeptos poderão acender velas e clamar pela sua proteção e ajuda para abertura de caminhos.

Crenças e oração

Nas crenças Iorubas, Ogum é considerado um grande guerreiro. É um Orixá batalhador, que alcança suas vitórias de forma justa e honesta. Sendo assim, as orações feitas em seu nome têm grande poder. A oração abaixo poderá ser feita para que Ogum abra seus caminhos:

Amado Pai Ogum pelo seu poder e pela sua Força, eu peço neste momento, pela sua ordem e pela sua retidão.

E que deste momento para a frente eu possa, através dos seus caminhos retos, crescer no meu trabalho de uma forma justa e digna e que todos os obstáculos, dificuldades e impedimentos sejam cortados dos meus caminhos, para que esse trabalho traga sustento ao meu lar e a todas as pessoas que dependem de mim.

Que sua capa me cubra, que a sua lança seja a direção do meu caminho.
Ogunhê, meu pai Ogum!

Orixá Oxóssi

Oxóssi.

O Orixá Oxóssi está relacionado às energias da mata. Ele é um caçador habilidoso que, com seu arco e flecha, alcança seu alvo com sabedoria, pois não desperdiça as oportunidades. Para saber mais, continue sua leitura!

Origem e história

O Orixá Oxóssi é o rei da mata, dos animais, do alimento, da fartura e da abundância. Ele é rápido e astuto, pois possui uma forma peculiar de capturar sua caça. Na aldeia onde viveu, foi considerado o protetor dos caçadores.

Oxóssi tem como pai o Orixá Oxalá e, como mãe, a Orixá Iemanjá. Seu nome, que provém do Ioruba, significa “Guardião Popular”. Ele é o Rei do Ketu, pois reza a lenda que, com uma única flechada, abateu um pássaro enfeitiçado de Eleyé. Assim, quebrou o feitiço que prejudicava a população.

No local onde ele era Rei, seu culto foi praticamente extinto, devido às grandes dificuldades que seu povo sofreu. Porém a raiz desse culto ainda vive em alguns locais do Brasil, onde a influência das religiões de matriz africana é bastante forte.

Características visuais

A natureza e as matas são o Templo do Orixá Oxóssi. Ele está ligado também ao conhecimento e a tudo o que pertence à natureza, pois enaltece sempre tudo o que ela poderá proporcionar para suprir a humanidade.

Nos tempos antigos, nas culturas africanas, Oxóssi sempre foi representado como um grande caçador, tendo como responsabilidade trazer o sustendo e proteger todos os caçadores. Hoje, é ele quem protege os trabalhadores que saem de suas casas para trazer sustento às suas famílias.

Suas características visuais estão relacionadas com suas principais atividades. Sendo assim, ele é representado por um homem forte, usando um cocar majestoso, seu arco e flecha.

Símbolos e celebrações

Os símbolos do Orixá Oxóssi são: o Ofá - arco e flexa - e o Eruexim - rabo de Boi. Além disso, também há seu cocar, que foi dado como sinal de reconhecimento por sua bravura, pois somente os grandes guerreiros podiam usar um cocar.

Sua aparência é de um grande indígena, dotado de uma energia voltada não só à força, mas também à inteligência e ao conhecimento. Suas cores são o verde, o azul-escuro e a magenta.

No sincretismo com a Igreja Católica, Oxóssi é representado por São Sebastião, sendo que sua celebração é dia 20 de janeiro. Considerado o Sultão das matas, Senhor Oxóssi pode ser também cultuado todas as quintas-feiras.

Crenças e oração

Segundo a crença africana, o Senhor Oxóssi não precisa de mais do que uma flecha para atingir seu alvo e, por esta razão, é chamado de Otokan Soso. Sua perspicácia para a caça favorece a todos os que o solicitam na busca de prosperidade, emprego e sustento. A oração abaixo é uma ótima forma de conexão, com a imensa força e energia deste Orixá.

Pai Oxossi , rei das matas, dono das florestas OkÊ!
Força e proteção da sua mata.
Oriente meus caminhos, dando a sabedoria necessária.
Que não me falte a fartura e a abundância em meu lar.

O pão de cada dia se faça presente da mesma forma que as frutas fazem parte de sua oferenda.
Que eu tenha o bálsamo na minha vida de acordo com todas as minhas necessidades.
Salve todos os caboclos e caboclas de luz.
Oke Oxossi!

Orixá Oxum

Oxum.

A Orixá Oxum é a rainha da água doce, dona dos rios e das cachoeiras. Deusa da beleza e do ouro, também representa a sabedoria e o poder feminino. Saiba tudo sobre essa importante Orixá a seguir:

Origem e História

A Orixá Oxum, representa a sensibilidade, a delicadeza feminina e a tranquilidade dos corações apaixonados. Sua história conta que foi uma moça curiosa, filha de Oxalá, que desde menina se interessou pela divinação nos búzios.

Somente Ifá, o Deus da Adivinhação, e Exu possuíam o dom para leitura dos Búzios. Oxum os questionou sobre a possibilidade de ela aprender a leitura do destino no oráculo, porém os dois negaram. Então, procurou as feiticeiras da floresta, as Yámi Oroxongá, que aproveitaram para pregar uma brincadeira em Exu.

Assim, Oxum se aproximou de Exu, com um pó brilhante nas mãos, dado pelas feiticeiras. Atraído por uma brincadeira de Oxum, Exu fixou seus olhos no olhar dela, que soprou o pó no rosto dele, deixando-o temporariamente cego.

Preocupado com os búzios, Exu pediu ajuda a Oxum para recompor o jogo. Assim, gradualmente, todos os Odus passaram a ser conhecidos por ela. Posteriormente, ela foi elevada a regente do Oráculo com Exu.

Características visuais

Oxum é filha de Oxalá e Iemanjá. Ela é representada como uma mulher esbelta, charmosa e sensual. Sempre ostentando seu charme, graciosidade e elegância. Oxum é a segunda esposa de Xangô e é a Deusa do rio Oxum, que fica no continente africano, no Sudoeste da Nigéria.

A Deusa do Ouro ama estar adornada por joias, perfumes e belas roupas, preferencialmente na cor amarela ou dourado. Entre suas características visuais, está seu inseparável espelho, símbolo de sua vaidade.

Oxum rege a fertilidade e a maternidade, pois é responsável pelos fetos e pelas crianças recém-nascidas. É uma Orixá adorada e cultuada pelas mulheres que desejam engravidar.

Símbolos e celebrações

Oxum é vaidosa e gosta de ostentar suas joias de ouro. É a Deusa da água doce - lagos, rios, fontes e cachoeiras. Seus símbolos estão relacionados a magia e feitiçaria. São eles: o abutre, o almofariz e o pilão.

Ela é conhecida por sua curiosidade e determinação e sempre consegue tudo aquilo que quer. Essa qualidade ela transfere aos seus filhos, ajudando-os quando solicitada.

No sincretismo religioso, esta Orixá foi relacionada com Nossa Senhora da Conceição e, na maioria dos estados brasileiros, sua celebração é 8 de dezembro ou 12 de outubro. O dia da semana destinado a ela é o sábado.

Crenças e oração

Mamãe Oxum, como também é carinhosamente chamada nas crenças africanas, é responsável por nos acolher durante as tempestades emocionais. Poderemos sempre contar com sua força e energia para nos tranquilizar. Para se conectar com essa poderosa Orixá, a oração abaixo é uma das melhores opções:

Senhora das Cachoeiras e Quedas D’água
Faço esta “Oração a Oxum” no começo de meu dia
Para que as boas vibrações espirituais da “Senhora das Águas Doces“
Estejam ao meu lado durante todo o dia, Ora Yê Yê Ô!

Inspire o meu dia com a mansidão e tranquilidade das águas calmas
Para que a bênção de sua energia traga saúde a meu corpo, mente e espírito.
Minha “Doce Mamãe Oxum” afaste de meus caminhos aqueles que desejam prejudicar-me,
Senhora “Dona do Ouro“, com sua rica energia aproxima de meus caminhos a prosperidade,

Para que nada falte a minha vida e de meus familiares.
Para que as boas vibrações espirituais da “Senhora das Águas Doces“
Estejam ao meu lado durante todo o dia, eu rezo a Oxum, Ora Yê Yê Ô!

Orixá Oxumaré

Arco-íris no céu.

O Orixá Oxumaré representa a cobra arco-íris e, assim como a serpente, traz suas principais características. Mobilidade, agilidade e destreza são apenas algumas delas. Continue a leitura deste artigo para saber tudo sobre este Orixá!

Origem e história

A história mais bela sobre a origem do Orixá Oxumaré é a que relaciona a sua representação com o arco-íris. Oxumaré, por sua sabedoria e destreza, era chamado Babalaô, que significa “Pai de todos os segredos”.

Durante um período, ele prestou serviços para o Rei de Ifé, que o remunerava com migalhas, pois considerava ser uma honra prestar serviços a ele. Sendo assim, Oxumaré deveria ser grato pela imperdível oportunidade.

Porém o Rei o demandava muito, e Oxumaré não tinha tempo para realizar outros trabalhos, passando diversas necessidades. Foi quando decidiu consultar Ifá, para ser orientado sobre a melhor forma de proceder. Ao saber disso, o rei considerou uma grande ingratidão e dispensou os serviços de Oxumaré.

Nisso, Olokun Seniade estava, na mesma época, procurando um Babalaô que pudesse lhe orientá-la a ter filhos. Já havia feito várias tentativas, com diversos Babalaôs, sem sucesso. Porém, Oxumaré foi assertivo em suas orientações e, logo, Olokun realizou seu desejo.

Como agradecimento, ela lhe presenteou com o que tinha de mais precioso: sementes de dinheiro e um belo tecido colorido, cujas cores se espalhariam no céu, formando um arco-íris, sempre que Oxumaré o usasse.

Características visuais

O Orixá Oxumaré é representado por um homem que é o mediador entre o céu e a Terra. Ele é a transformação, além de ser responsável pelos movimentos dos ciclos terrestres. Sem ele, o mundo acabaria, pois este Orixá representa os principais movimentos da Terra.

Sua morada é o céu, e suas viagens à Terra são através do arco-íris. Entre suas características visuais, está a semelhança com uma cobra, que envolve o planeta, assegurando sua renovação através de seus ciclos.

Além disso, este Orixá é masculino, porém tem uma energia ambígua, representando também o feminino, que garante a perpetuação da vida. Assim, Oxumaré pertence à água e à terra.

Símbolos e celebrações

Orixá Oxumaré tem como símbolos principais a serpente e o arco-íris. Ele se mostra como uma grande serpente que morde a própria calda e envolve a Terra, formando um círculo fechado. Ele nos ajuda a transformar nossa vida.

Assim, todas as vezes em que sentimos a necessidade de renovar nossa vida através de melhores escolhas, devemos acionar a energia deste Orixá. Questões afetivas, profissionais e financeiras poderão ser restauradas.

Oxumaré, no sincretismo religioso, é representado por São Bartolomeu. A data de suas celebrações é dia 24 de agosto, e o dia da semana dedicado a ele é a terça-feira.

Crenças e oração

Nas principais crenças, Oxumaré é o Orixá que caminha entre o céu e a terra como arco-íris. Ele nos auxilia, trazendo abundância, fartura e cura para todos os nossos desequilíbrios. Através da oração abaixo, podemos nos conectar com este Orixá, para solicitar que acabe com os ciclos dolorosos, trazendo alegria e recomeço em nossas vidas.

Arroboboi Oxumarê! Orixá Cobra, Senhor do Arco-íris, das riquezas do mundo, responsável pela renovação dos ciclos deste mundo!

Serpente da Sabedoria, quebre os ciclos ruins e danosos à minha vida; purifique meu espírito para que eu encontre progresso em minha jornada espiritual e pessoal; e ponha-me na direção de caminhos mais saudáveis e prósperos para minha vida e para meu crescimento espiritual.

Peço-lhe, Pai, sua benção para que a riqueza, a prosperidade e o sucesso acompanhe-me onde eu for! Que eu seja sempre merecedor de estar sob sua proteção.

Ilumina-me, Arco-íris Sagrado, com seu poder renovador da vida; livrando-me dos inimigos, dos falsos amigos, e das pessoas más e invejosas e de suas intrigas; e ponha em meus caminhos as amizades sinceras e os sentimentos verdadeiros que me trarão crescimento e harmonia!
Arroboboi Oxumarê!

Orixá Xangô

Seguidor de candomblé.

Xangô é considerado o Orixá da justiça, dos raios, dos trovões e do fogo. Ele é o mestre da sabedoria, cultuado com extremo respeito. Continue a ler este artigo para saber mais!

Origem e história

O Orixá Xangô é filho de Oraniã e Torossi, e foi casado com várias mulheres. As mais conhecidas são: Oiá, Oxum e Obá. Xangô castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua origem e história refletem seu grande senso de justiça.

Houve um tempo em que seus opositores receberam ordens expressas para destruir todo o seu exército. Xangô e seus seguidores estavam perdendo a batalha e gradualmente sendo executados. Em uma ocasião, Xangô sentiu que deveria meditar e refletir sobre os acontecimentos.

Então, foi para o alto de uma pedreira pensar em novas estratégias para derrotar seus inimigos. Ao ver a imensa tristeza de todos, ele foi tomado por uma intensa ira. Com um rápido movimento, bateu com seu martelo em uma rocha, o que gerou faíscas tão fortes quanto uma catástrofe. Então, ele continuou a bater cada vez mais forte, triunfando sobre seus inimigos.

Características visuais

Xangô tem como principais características visuais sua própria beleza e sensualidade. Um homem muito bonito, charmoso e vaidoso, que foi disputado arduamente por três das mais poderosas Orixás.

O Orixá Xangô, tem o controle sobre os raios e os trovões, sendo que também expele fogo pela boca. Tem uma inclinação guerreira, pois, com seu machado de duas faces, comandou e venceu diversas batalhas.

Másculo, viril, agressivo, violento, porém muito justo. Este Orixá atua energeticamente com base na Justiça Divina, aquela que considera as ações da sua alma, independente desta encarnação. Ou seja, as vidas anteriores também são analisadas.

Símbolos e celebrações

Xangô é o Senhor da Justiça, e as cores que o representam são o vermelho, o marrom e o branco. Seu principal símbolo é o Oxé, sendo uma arma em formato de machado duplo.

No sincretismo religioso, Xangô é representado por São Jerônimo, o santo católico responsável por traduzir a Bíblia Sagrada para o Latim. Ou seja, podemos considerar que foi Ele quem escreveu as Leis de Deus, por isso há a associação com Xangô, o Orixá da Justiça.

As celebrações para o Orixá Xangô ocorrem anualmente, no dia 30 de setembro. Semanalmente, ele é lembrado pelos seus seguidores, toda a quarta-feira.

Crenças e oração

O Orixá Xangô está à frente da Justiça Divina. Sempre que se sentir injustiçado, apegue-se às energias dessa divindade. Use as orações como instrumentos sagrados e conte com Xangô para resolver situações de injustiça e abertura de caminhos.

Senhor meu Pai, o infinito é tua grande morada no espaço, teu ponto de energia é nas pedras das cachoeiras.
Com tua justiça fizeste uma construção digna de rei.

Meu Pai Xangô, tu que és defensor da justiça de Deus e dos homens, dos vivos e dos além da morte, tu, com tua machadinha de ouro, defende-me das injustiças, acobertando-me das mazelas, das dívidas, dos perseguidores mal-intencionados.
Protege-me meu glorioso São Judas Tadeu, Pai Xangô na umbanda.

Sempre justiceiro nos caminhos em que eu venha a passar com a força desta prece, sempre contigo estarei, livrando-me do desespero e da dor, dos inimigos e dos invejosos, dos indivíduos de mau-caráter e dos falsos amigos.
Axé.

Orixá Iemanjá

Iemanjá.

Ela é a Rainha do Mar, Iemanjá, a mãe de praticamente todos os orixás tem sido exaltada por pessoas de todas as raças e religiões. Saiba tudo sobre essa Orixá abaixo!

Origem e história

O nome Iemanjá significa a mãe dos filhos-peixe. Na verdade, ela possui vários nomes: Sereia do Mar, Princesa do Mar, Inaé, Dandalunda. Ela é filha de Olokum e foi casada com Oduduá, com quem teve dez filhos orixás.

Por amamentá-los, seus seios ficaram enormes, o que a entristecia muito, pois servia de piadas para seu marido. Foi infeliz neste casamento, pois o homem caçoava de seus seios. Isso a fez sair e procurar outras opções de felicidade.

Foi então que conheceu Okerê, que se casou com ela sob a promessa de jamais fazer chacota com seus seios. Infelizmente, esta promessa durou até o dia em que embriagado, fez comentários maldosos. Entristecida, ela fugiu.

Desde menina, ela carregava uma poção dada pelo seu pai, para ser usada em casos de perigo. Durante a fuga, esse pote veio a se quebrar, e o pó se transformou em um rio que seguia em direção ao mar. Okerê, então, se transformou em montanha para barrar o curso das águas, pois ele não queria perdê-la.

Iemanjá pediu ajuda a seu filho, Xangô, que, com um raio, partiu a montanha ao meio, permitindo que as águas pudessem passar e desembocar no oceano. Assim, ela se tornou a Rainha do Mar.

Características visuais

A Orixá Iemanjá rege os ciclos da natureza ligados à água e caracteriza as mudanças, às quais todas as mulheres são submetidas devido às influências dos ciclos da lua.

É conhecida pela maioria, pela representação de uma linda mulher, sempre vestida de azul mar. Podemos pedir-lhe sorte no amor, proteção, saúde e ajuda para ser mãe. Sua imagem é o estereótipo da beleza feminina: Longos cabelos negros, feições delicadas, corpo escultural e muito vaidosa.

Símbolos e celebrações

Os símbolos de Iemanjá são conchas e pedras marinhas, abebé prateado, alfanje, agadá (espada), obé (espada), peixe, couraça de guerra, adé (coroa com franja e miçangas) e ides (braceletes ou pulseiras de argola).

No sincretismo religioso, Iemanjá está relacionada com alguns santos. Na Igreja Católica, é Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e a Virgem Maria.

Além disso, as datas das celebrações dedicadas a esta Orixá são diferentes. No Rio de Janeiro, seu culto é festejado no dia 31 de dezembro. Na Bahia, sua data é comemorada no dia de Nossa Senhora das Candeias, 2 de fevereiro.

Crenças e oração

A Orixá Iemanjá é respeitada por muitos, principalmente por pescadores e todos os que vivem no mar. Na sua crença, é ela quem decide o destino das pessoas que adentram seu império. Através desta oração, peça-lhe por proteção e abertura de caminhos:

Divina mãe, protetora dos pescadores e que governa a humanidade, dai-nos proteção.
Oh, doce Iemanjá, limpai as nossas auras, livrai-nos de todas as tentações.
És a força da natureza, linda deusa do amor e bondade (fazer o pedido).

Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as impurezas e que a vossa falange nos proteja, dando-nos saúde e paz.
Que assim seja feita a vossa vontade.
Odoyá!

Orixá Iansã

Tempestade.

Iansã rege os raios, as tempestades e comanda os espíritos dos mortos. A Orixá representa o movimento, o fogo, a necessidade de mudança. Continue sua leitura para saber mais sobre!

Origem e história

A Orixá Iansã, na sua juventude, viajou a diversos reinos em busca de aprendizado. Nessas viagens, conquistou o coração de muitos reis. Entre eles, Exu, Oxóssi, Ogum e Logun_Edé. Inteligente e estratégica, ela conseguiu conviver e aprender com todos os seus pretendentes.

Seu objetivo era aprender ao máximo que pudesse sobre todos os reinos e conhecer melhor o Universo. Com Ogum, aprendeu a manusear a espada; com Oxaguian, aprendeu a usar o escudo; com Exu, sobre o fogo e a magia; com Logun-edé, aprendeu a pescar; com Obaluaê, aprendeu a lidar com os mortos.

Ao prosseguir sua viagem em direção ao reino de Xangô, ela aprendeu a amar verdadeiramente, pois se apaixonou intensamente por esse Orixá, que a deu seu coração e a ensinou a dominar os poderes dos raios.

Características visuais

Iansã tem sua força ligada à participação de diversas guerras no domínio de ventos, trovões e tempestades. Ela se destaca ao se mostrar detentora de habilidades e comportamentos tipicamente masculinos. Possui a garra e a força de uma guerreira.

Suas características visuais são marcantes, pois usa o vermelho ou o amarelo. A Orixá Iansã é bem diferente das figuras femininas centrais da umbanda, pois não é tão feminina quanto as demais.

Além disso, Iansã é muito sensual e está sempre apaixonada, mas tem o cuidado de não ter mais de um parceiro ao mesmo tempo. Ela tem a energia da transmutação, que nos impulsiona para o que de novo possa surgir.

Símbolos e celebrações

O nome Iansã trata-se de um título que Oiá recebeu de Xangô, que faz referência ao entardecer. Significa a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer.

Os seus símbolos mais conhecidos são o chifre de boi, a espada de fogo e o eruexin. Este último é um instrumento litúrgico, feito com rabo de cavalo. Através dessa ferramenta, ela conduz a trilha que estabelece esse contato entre os que já morreram.

Crenças e oração

Iansã tem domínio sobre os ventos e todos os fenômenos naturais, como furacão, chuva e raios. No Sincretismo religioso, ela é comparada a Santa Bárbara. Sua celebração acontece no dia 4 de Dezembro. É através de orações como a que segue que conseguimos nos conectar à energia realizadora dessa Orixá:

Ó gloriosa Mãe guerreira, dona das tempestades,
Protegei-me eu e minha família contra os maus espíritos,
Para que eles não tenham forças de atrapalhar minha caminhada,
E que não se apossem da minha luz.

Ajudai-me para que as pessoas más intencionadas
Não destruam minha paz de espírito.
Mãe Iansã, cubra-me com seu manto sagrado,
E leve com a força dos seus ventos tudo que não presta para bem longe.

Ajudai-me na união da minha família, para que a inveja
Não destrua o amor que há em nossos corações.
Mãe Iansã, em vós eu creio, espero e confio!
Que Assim seja e Assim será!

Orixá Nanã

Contas de Nanã;

A Orixá Nanã é muito importante no panteão das religiões africanas. Esta orixá está relacionada com a origem do homem na Terra. Continue lendo este artigo para saber tudo sobre ela!

Origem e história

Nanã é conhecida como a anciã do panteão africano. Ela está presente desde a criação da humanidade, pois vivenciou toda a magia da concepção do universo. Dona dos portais da vida e da morte, limpa a mente dos espíritos e os ajuda quando estão finalizando sua jornada na Terra.

Há algumas histórias que envolvem Nanã. Uma delas conta que, para punir criminosos, ela invocava Eguns para assustá-los. Quando Oxalá soube desse poder, decidiu enfeitiçá-la com uma porção do amor, para que ela aceitasse se casar com ele.

O feitiço funcionou, e Oxalá que, na verdade, só queria saber como evocar os Eguns, descobriu como entrar no Jardim dos Mortos, se disfarçou com as roupas de Nanã e ordenou aos Eguns que obedecessem ao homem que vivia com ela. Assim, ele passou a liderar os Eguns.

Características visuais

A Orixá Nanã é a mais velha do panteão africano, ela é a avó e se apresenta como uma mulher idosa e lenta, com andar curvado. Sua dança mostra sua idade, pois ela se apoia em um bastão imaginário. Sempre está vestida com um amplas roupas na cor lilás ou azul.

Além disso, é uma guerreira agressiva, descendente de Ifé. Mora nas águas doces e vive nos pântanos. É a sua relação com o barro que coloca essa divindade nos domínios existentes no Universo. Temida por todos, ela é defensora das matas e está relacionada com a morte e a vida pós morte, pois muitos seres são encaminhados através dela.

Símbolos e celebrações

Entre os diversos símbolos usados por Nanã, está o Ibiri, instrumento feito com os palitos do dendezeiro que representa a multidão de Eguns, considerados seus filhos na Terra. Nanã os trata com muito carinho, pois está ciente da necessidade de evolução desses seres.

Além disso, os búzios também são considerados símbolos de Nanã, pois simbolizam a morte e a fecundidade. No sincronismo religioso, Nanã está relacionada com Santa Ana, avó de Jesus. A celebração ocorre para ambas no dia 26 de julho, e segunda-feira é o dia destinado a essa divindade.

Crenças e oração

A Orixá Nanã é considerada a mãe dos homens. Foi ela quem providenciou o barro, enquanto Oxalá deu o sopro da vida. Ela é a Orixá que representa o amor maternal, e as preces direcionadas a ela deverão ser em benefício da vida. Confira:

Divina Mãe Nanã,
Senhora das águas calmas dos lagos,
Aquieta os corações dos Teus filhos Que andam aflitos,
Ensinando-nos a paciência, a buscar a perseverança
E a saber esperar a Luz do amanhã.

Mãe, Estende sobre nós o Teu Manto Sagrado de água e terra
Que recolhe todas as impurezas E as nossas angústias e tristezas;
Purifica e transmuta os nossos sentimentos e os mais íntimos pensamentos
Que teimam em se esconder da razão, criando pântanos escuros em nosso coração.

Que as Tuas águas calmas lavem mesmo as nossas almas,
O nosso íntimo, o nosso querer mais escondido, e decantem tudo o que não seja da Luz,
Despertando todos os aflitos pela Magia Sagrada do Mistério da Cruz.
Salubá Nanã!

Orixá Omolú

Estatueta de Omolu.

O Orixá Omolú, também conhecido como Obaluaê, tem o poder de dominar os territórios da cura e da enfermidade. Ele carrega em seu corpo várias chagas devido à varíola. Para saber tudo sobre esta divindade, continue lendo este artigo!

Origem e história

O casamento de Nanã e Oxalá não representou uma união feliz, mas, apesar disso, nasceu o Orixá Omolu. Devido aos erros cometidos por Nanã, ao confrontar Oxalá, o menino nasceu cheio de varíola, o que fez com que sua mãe o abandonasse para morrer, na beira do mar.

Iemanjá, ao caminhar sobre seus domínios, encontrou a criança recém-nascida, toda deformada devido à doença. Além disso, os caranguejos já comiam parte do seu pequeno corpo. Ela o adotou imediatamente e o ensinou a superar os males e a curar as doenças.

Então, Orixá Obaluae cresceu com o corpo repleto de cicatrizes, o que sempre lhe causou muita vergonha, levando-o a cobrir-se com palha para se esconder. Apenas os braços e as pernas ficavam de fora.

Características visuais

Obaluaê possui grande porte e está sempre vestido de Filá e Azé, que são roupas de palha. Ele tem um brilho intenso como o Sol, e qualquer humano que o visse, poderia morrer instantaneamente, tamanho o brilho emanado por ele.

Sua postura é curva, como se ele carregasse todas as dores do mundo. Coberto completamente pela palha que também escondem suas marcas, ele está ligado à evolução dos seres humanos, por ser o orixá responsável pelas passagens do mundo dos mortos para o dos vivos e vice-versa.

Além disso, Obaluaê irradia uma energia da cor violeta muito positiva, que transforma todo o sentimento negativo em positivo, transmutando todas as sombras dentro de cada um de nós.

Símbolos e celebrações

O principal símbolo de Omolu é sua própria vestimenta confeccionada em palha, cobrindo todo seu corpo. Ele sempre carrega uma lança de madeira, pois, quando humano, era um guerreiro.

Também sempre leva consigo uma pequena cabaça com feitiços para dar às pessoas doentes e o xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas.

O Orixá Omolu é sincretizado com São Roque, um Santo da Igreja Católica padroeiro dos enfermos, vítimas de peste e dos cirurgiões. O dia de sua celebração é 16 de agosto, e o dia da semana é segunda-feira.

Crenças e oração

Nada pode ser escondido do Orixá Obaluaê, pois ele é capaz de enxergar todos os detalhes da vida de uma pessoa, mesmo os maiores segredos. Suas energias podem ser utilizadas para finalizarmos situações que não nos fazem bem, dando início a uma nova vida. Confira sua oração a seguir:

Salve o Senhor o Rei da Terra!
Médico da Umbanda, Senhor da Cura de todos os males do corpo e da alma.
Pai da riqueza e da bem-aventurança, em ti, deposito minhas dores e amarguras, rogando-te as bênçãos de saúde, paz, amor e prosperidade para minha vida;

Faça de mim, Senhor do trabalho; um filho guerreiro de bom ânimo, com saúde, amor, firmeza e disposição, para triunfar na luta pela sobrevivência.
Faça e deixe meu pai, Omulú que eu seja digno de merecer todo dia e toda noite, vossas bênçãos da luz do sol e misericórdia.

Orações a Atotô meu pai!
Oração a Atotô Obaluaiê!

Orixá Logunedé

Esculturas de orixás.

Logunedé, ou Logun Edé, é filho de Oxum e Odé. Ele é o Orixá da riqueza e da fartura, Deus da guerra e da água. Leia esse artigo até o fim para saber mais sobre esse belo Orixá!

Origem e história

Logun Edé é considerado o Orixá dos rios e o Senhor da Pesca, sendo simultaneamente pescador e caçador. Filho de Oxum e Odé, ele carrega em si as energias de seus pais, além da sua própria.

Ele aprendeu com os pais seu conhecimento e domínio da natureza, pois passa seis meses caçando com pai e seis meses na água doce com a mãe, Oxum. Isso faz com que muitos considerem que este Orixá tem polaridade feminina e masculina, o que não é verdade, pois esta divindade é masculina.

Do seu pai, Odé, ele herdou alegria e expansão, somadas aos axés do conhecimento, da caça, da habilidade e da fartura. Já a graça e a meiguice são resquícios de Oxum, que ainda lhe premiou com os axés de sexualidade, maternidade, prosperidade e pesquisa.

Características visuais

O Orixá Logunedé é, sem dúvida, o mais elegante de todos. É vaidoso e abusa da cor dourada em acessórios, como braceletes e colares. Suas vestes são adornadas com peles de animais selvagens caçados por ele.

Por ser um caçador habilidoso, quando está em terra firme, alimenta-se de caça e, quando está submerso, de peixes. Tem domínio sobre o poder da mutação, o que lhe possibilita se transformar no que quiser.

Suas características visuais estão relacionadas à herança genética recebida de seus pais. A união do feminino de Oxum e do masculino de Odé, muitas vezes, faz com que ele seja representado como uma criança ou um adolescente.

Símbolos e celebrações

O Orixá Logun Edé pertence ao panteão dos caçadores. Representando riqueza e fartura, ele pode ter vários símbolos. Entre eles estão a Balança, o Ofá, Abebè e o Cavalo-marinho. Devido à sua capacidade de camuflagem, seu principal símbolo é o camaleão.

No sincretismo religioso, Logun Edé está relacionado com Santo Expedito e São Miguel Arcanjo. A data das celebrações anuais é 19 de abril, dia em que se homenageia o Santo católico. O dia da semana escolhido para as celebrações deste Orixá é a quinta-feira.

Crenças e oração

Logun Edé pode transitar entre várias energias, pois ele tem muitos conhecimentos e muita liberdade para se direcionar a natureza. Por isso, não está preso a apenas uma personalidade ou um gênero. Ao nos conectarmos com Logun Edé, podemos pedir por prosperidade de proteção através de sua oração:

Menino deus, Logun Edé, senhor das brincadeiras e das alegrias constantes.
Menino deus das bênçãos da vida e da terra cintilante.
Menino deus do abebé e do ifá que sua atenção caia sobre mim.

Menino deus do ouro, das pedras de arco-íris.
Menino deus do arco e da flecha que aponta o destino.
Menino deus da prosperidade. Menino rei da bondade.

Menino deus guarda os meus passos.
Menino deus me acolha em seus braços.
Menino deus, senhor do mundo, senhor da esperança, guie os meus passos, sob seu manto amarelo e verde.
Saravá Logun Edé!

Os orixás são divindades da mitologia africana iorubá!

Esculturas de orixás.

No Brasil, a figura dos Orixás já faz parte do imaginário e da vida prática de muitas pessoas. Essas divindades pertencem à mitologia africana Iorubá e, pelo que sabemos, são em torno de 400 seres.

A região de Iorubá fica na África, composta por diversos grupos étnicos com língua e cultura semelhantes. A maioria dos negros trazidos para o Brasil como escravos eram dessa região. Ao serem transportados para cá, não se separaram de suas crenças religiosas.

O culto original desses Orixás passou a ser praticado por esses povos escravizados, mas essa prática jamais foi bem vista pelos colonizadores, que pretendiam que o catolicismo se tornasse a religião oficial do Brasil. Durante muito tempo, esses Orixás foram cultuados em segredo.

Hoje, é sensato afirmar que algumas dessas divindades são especialmente respeitadas e homenageadas no Brasil. Portanto, muito se deve ao sincretismo religioso, que os tornou populares e manteve seu funcionamento.

Autor deste artigo

Consultora espiritual, buscadora do ocultismo e da espiritualidade. Uma alma inquieta e criativa, mestra e aprendiz.
Sou terapeuta quântica holística integrativa, apometra, especialista em oráculos, e Mago da Magia Divina.
Formada em Comunicação Social, autora do livro A Última Escolhida.

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