Orixá Obaluaê: história, qualidades, filhos, oferendas e mais!

Orixá Obaluaê: história, qualidades, filhos, oferendas e mais!

Obaluaê é considerado a divindade da saúde e da cura. Saiba mais sobre Obaluaê, a fascinante divindade que está presente em muitas religiões!


Quem é o orixá Obaluaê?

Estátua de Obaluaê

O orixá Obalauê é um dos sete principais orixás das religiões afro-brasileiras umbanda e candomblé e é considerado a divindade da saúde e da cura. Pode também ser conhecido como Xapanã, Omolu, Obaluaiê ou Omulu.

Em relação à raiz católica, existe um sincretismo de Obalauaiê com São Lázaro e de Omulu com São Roque. Esta divindade é considerada a mais temida de todas, por ter o controle sobre o fogo, a terra e a morte, uma vez que pode iniciar uma epidemia ou cessar todo o mal-estar que esteja acometendo alguém.

Portanto, é o orixá que tudo vê, enxergando até os mínimos detalhes da vida das pessoas, sendo que nada consegue ser escondido dele. Além disso, faz a mediação entre os mundos espiritual e físico, sendo a prova de que tudo é superável, desde que você deseje viver.

Nesse artigo, mostraremos os principais aspectos desse orixá tão conceituado nas religiões de matriz africana. Acompanhe!

Conhecendo mais sobre Obaluaê

Estátuas de orixás e santos.

Obaluaê é uma importante divindade que carrega uma história interessante e tem características peculiares, que a tornaram foco de muitos estudos científicos e tema central de teses de doutorado em universidades renomadas. Para conhecer mais sobre sua história, suas características e seus poderes, continue a leitura!

Origem e história

O orixá Obaluaê tem uma história de muito sofrimento, por conta de enfermidades que deixaram cicatrizes horrendas em seu corpo, ao longo de sua vida. Irmão de Oxumaré, filho de Nanã e Oxalá, nasceu com complicações características de varíola, por conta de uma discussão que seus pais tiveram, durante a gestação.

O seu físico, ao nascer, foi tão repulsivo que Nanã abandonou Obaluaê à beira do mar para morrer. Tempos depois, Iemanjá encontrou Obaluaê todo deformado à beira do mar, em uma situação deplorável de estar sendo comido vivo pelos caranguejos, e resolveu adotá-lo, ensinando-o a curar males e a ter compaixão dos enfermos.

Obaluaê, em decorrência de todo esse histórico na infância, cresceu retraído e com vergonha de seu corpo, marcado pelas cicatrizes do passado, o que refletiu em sua dificuldade de socialização. Quanto à vestimenta, existem duas histórias: uma aponta para a confecção de sua roupa de palha pelo próprio Obaluaê e outra diz que Ogum confeccionou o capuz de palha para estimular a socialização do orixá.

Portanto, a primeira história diz que o próprio Obaluaê, cansado de sua fisionomia doentia, foi ao mato e confeccionou uma roupa de palha que o cobria completamente, deixando apenas os braços e as pernas à mostra, de modo parcial.

Já a outra vertente histórica afirma que, durante uma festa das divindades, Ogum notou a ausência de Obaluaê, que outrora comparecia, mesmo que timidamente, e, ao descobrir que o orixá não compareceu em decorrência de sua aparência e vergonha, procurou por ele e o levou ao mato, onde confeccionou um capuz comprido de palha, para cobrir o corpo e poder participar da festa sem timidez.

Esta mesma vertente afirma que, durante a festa, Obaluaê permaneceu parado, sem dançar e que Iansã foi até ele. Reconhecendo todo o seu sofrimento e sua história, soprou sobre seus ombros e as cicatrizes se tornaram passado, revelando a bela figura de um homem cativo, sadio e radiante como o sol.

Características visuais

Obaluaê tem uma vestimenta muito característica, com palha cobrindo o corpo em sua maior parte, deixando apenas pernas e braços à vista.

Esta vestimenta possui duas partes: a superior, que cobre a cabeça como um capuz, toda trançada e denominada de “filà”, e a inferior, que cobre a região íntima e proibida da entidade, funcionando como uma saia, denominada de "azé".

Em alguns casos, pode haver também a presença de "xokotô", que seria uma calça envolvida com significado de renascimento e morte. Pode haver também pequenos bolsos nessa peça, para carregamento dos remédios que emprega em suas curas.

A roupa de Obaluaê pode ser feita com tecidos em tons de vermelho, preto e branco, acrescida de contas e búzios que promovem uma magia dissipadora das mazelas daqueles que se aproximam para pedir benção.

Pierre Verger, um grande estudioso das religiões africanas, em seu livro Orixás, afirma o seguinte:

"As pessoas que lhe são consagradas usam dois tipos de colares: o lagidiba, feito de pequeninos discos pretos enfiados, ou colar de contas marrons com listas pretas. [...] Seus iaôs dançam inteiramente revestidos de palha da costa. A cabeça também é coberta por um capuz da mesma palha, cujas franjas recobrem seu rosto.

Em conjunto, parecem pequenos montes de palha, em cuja parte inferior aparecem pernas cobertas por calças de renda e, na altura da cintura, mãos brandindo um xaxará, uma espécie de vassoura feita de nervuras de folhas de palmeira, decorada com búzios, contas e pequenas cabaças que se supõem conter remédios."

Obaluaê e a proteção da saúde

Pedir saúde ao orixá pode ser considerado desrespeitoso, pois Omulu ou Obaluaê não têm saúde para dar, apenas são capazes de levar a doença embora.

Segundo o babalorixá Sidnei Barreto Nogueira, estudioso da Universidade de São Paulo (USP), o Obaluaê é a própria doença, a inflamação, a febre, a dor, a peste, a alergia, pois é necessário que a divindade tenha enfermidades, para que possa ter empatia por aqueles que buscam se livrar delas.

Dessa forma, Obaluaê percorreu o mundo e esta bagagem de conhecimento sobre as enfermidades que o permeiam trouxe grande empatia, pois sofreu com a humanidade o âmago de suas doenças. Em decorrência dessa vivência, o orixá decidiu sempre permanecer mais calado diante dos demais, uma vez que observa o que está acontecendo em detrimento da participação.

Obaluaê e a cura das enfermidades

O orixá Obaluâe ou Omulu podem fazer a doença ir embora, por meio de sua ajuda espiritual e da fé em sua imagem. Por terem sofrido intensamente com a varíola no passado, têm muita empatia por aqueles que buscam se livrar de alguma enfermidade e demonstram vontade de viver e de ter saúde em seu íntimo de modo puramente verdadeiro.

Vicente Galvão Parizi, em "O Livro dos Orixás", já afirma:

"Obaluaiê é o Orixá que nos guarda de todas as enfermidades. Por enfermidade entende-se o sofrimento humano em seu sentido mais amplo: físico, mental, psíquico, emocional. Em geral, pede-se ajuda a Obaluaiê em questões de doenças físicas, mas é a ele que devemos nos dirigir em caso de psicoses, neuroses, ansiedade, depressão, angústia e desespero.

Ele pode ajudar não apenas porque é o senhor da medicina – sua intercessão pode ajudar médicos a descobrir o remédio correto – mas também porque boa parte das doenças têm origem espiritual."

Relação de Obaluaê com outros orixás

Obaluaê é um orixá muito tímido e, por vezes, retraído. Contudo, sabemos que essa postura se dá porque é uma entidade que mais observa do que atua, podendo passar a impressão de ser antissocial.

Ele é muito respeitado dentre os orixás, por ser considerado o deus da cura e por trabalhar diretamente com os temas de morte e renascimento. É também temido, por ser a própria doença e, ao passo que pode curá-las, pode iniciar uma epidemia que dizime toda uma população.

Obaluaê tem muita relação com Xangô e Exú, sendo temido por suas punições. Em seus relatos, ele refere-se frequentemente a Xangô, de modo brincante, como aquele que promove alarde ao matar uma pessoa, enquanto que ele ceifa a vida de milhares, de modo totalmente silencioso.

Crenças e Obaluaê

Estátua de Obaluaê

O orixá Obaluaê é um entidade presente em diversas religiões, por meio de relatos similares. Existe grande sincretismo entre esta divindade e as de outras religiões, como o catolicismo e a santería. Confira cada um a seguir!

Obaluaê no candomblé e umbanda

Tanto no Candomblé quanto na Umbanda, Obaluaê é uma entidade temida, por ter em suas mãos o poder da cura, quando se compadece dos pobres enfermos, ou o poder da morte, para aqueles que merecem punição. É considerado o orixá que tudo vê. Dentro destas religiões, os fiéis acreditam que a entidade possui os dons da cura espiritual, à qual recorrem em situação de doença.

Obaluaê é conhecido também como a entidade dos pobres enfermos. Por ter passado um longo período de sua vida acometido pela devastação da varíola, Obaluaê tem grande empatia pelos que adoecem e que desejariam viver, tendo temor pela morte.

É uma entidade que rege a terra e tudo que dela nasce ou morre, sendo associada com a terra em seu estado quente, representado pela febre e pelo suor. A febre é o sinal da doença que devasta o organismo e o suor tem o significado da cura que vem para amenizar ou sanar a enfermidade.

Estas religiões acreditam que Omulu, ou Obaluaê, carrega sua lança de madeira, lagidibá e Xaxará, como ferramentas enérgicas de bem querer. A vestimenta em palha não deve ser removida, pois o brilho intenso que Obaluaê possui, adquirido após o sopro de Iansã, mataria qualquer ser humano.

Aqueles que recebem a entidade, além de terem as vestes tradicionais confeccionadas em palha da costa, costumam apresentar-se curvados, com características físicas que expressam sofrimento e dor.

Obaluaê na Igreja Católica

As religiões afro-brasileiras apresentam grande sincretismo com santos e santas da religião Católica Apostólica Romana. O sincretismo nada mais é do que a absorção de uma religião por outra, tendo os mesmos preceitos em tese, mas com nomeações distintas. Sabe-se que a umbanda e o candomblé têm múltiplos traços católicos, uma vez que, em sua origem, existe uma raiz desta religião.

Desta forma, Obaluaê possui sincretismo com dois santos da Igreja Católica, tendo em vista que, embora Obaluaê seja considerado uma entidade, pode tomar a forma de duas em diversos momentos.

Considera-se que Obaluaê é a forma mais jovem da entidade, sendo conhecido como senhor da evolução dos seres, de uma vida material para espiritual, e tem sincretismo com São Roque, uma vez que ambos protegem os enfermos que estão na pobreza. Dentro do catolicismo, o São Roque é sempre procurado para benção dos cirurgiões, por ser conhecido como santo das enfermidades, assim como o orixá.

Omulu, por sua vez, é considerada a entidade mais madura e centrada e tem sincretismo com São Lázaro, que é aclamado pela proteção que oferece aos leprosos e mendigos. Assim como Omulu, Lázaro também enfrentou uma grande enfermidade durante sua vida terrena: a lepra. Isso o ajudou a ter fé e a encontrar a cura.

Obaluaê na Santería

A religião de Santería tem raízes nos povos indígenas da América, no cristianismo e em iorubá, tendo aspectos semelhantes às religiões africanas e afro-brasileiras. Na Santería, Obaluaê é conhecido como Babaluaiê.

Dentro da religião, a imagem de Babaluaiê é associada à floresta, à estrada e à ausência de estagnação, contrapondo com o dinamismo, sendo que, durante os cultos, pode ser observada a troca de objetos de lugar. Neste sentido, a imagem é associada a ervas com efeitos de cura e à magia dos magos. Quando associado com a terra e a ancestralidade, a entidade pode receber cultos com honrarias da morte.

No tocante à maldade e à retidão, Babaluiaê é visto como uma figura manca, que tem na dor de sua perna a representação do reflexo de sua maldade de outrora, o que também foi responsável por colocá-lo em exílio e retidão. Existe uma dicotomia neste sentido: ao passo que ele entrega uma punição aos humanos, é considerado o mais justo dos orixás, por conta de seu julgamento certeiro.

Babaluiaê é a entidade que rege a dor e o sofrimento. Por conta do seu passado com a varíola, é tido como o "deus da varíola" pelos fiéis, tendo domínio sobre a doença e executando punição com enfermidades ou benção por meio da saúde.

A adoração de Babaluiaê abrange um misto de sigilo e revelação. Sabemos que o orixá é considerado mais retido que os demais e isso envolve uma atmosfera de sigilo para adoração. Muitos aspectos devem não ser revelados durante os cultos, pois poderiam agravar o quadro de uma doença estabelecida. Mas a revelação de certos mistérios em momentos oportunos é capaz de contribuir para a cura.

Quanto ao tema da morte e da ressurreição, Babaluiaê é o remédio ou o primórdio de grandes epidemias. Tudo acontece conforme o comportamento daqueles que moram em um local regido pelo orixá. Portanto, ele é muito associado à terra, por reger tudo o que dela nasce e tudo o que a ela retorna.

Obaluaê em outras culturas

Obaluaê pode ser conhecido como Xapanã, dentro de outras religiões afro-brasileiras, como Babaçue, Quimbanda e Encantaria. Neste contexto, Xapanã seria um guerrilheiro muito temido, também associado à varíola e aqueles que ousavam desafiá-lo saiam das batalhas carregados pela peste ou mortos por ela.

Xapanã é cultuado em praticamente todas as religiões afro-brasileiras e é visto, em todas elas, como o deus da cura e da doença, podendo determinar o estado de bem-estar da pessoa, conforme seu comportamento e merecimento.

Em todas essas religiões, a imagem de Xapanã é aquela clássica vestimenta de palha da costa, tendo uma cobertura desde o topo da cabeça até os pés. Também estão presentes os búzios e as contas que contribuem para a distribuição de energia positiva àqueles enfermos que necessitam de cura.

Dessa forma, Xapanã desintegra as cargas de energias negativas e favorece uma boa recuperação, sendo tido como o médico espiritual dentre os orixás. Contudo, a principal enfermidade que ele trata seria as doenças que acometem a pele, por ter tido varíola no passado e por saber como pode ser um sofrimento para aqueles que a carregam.

Qualidades de Obaluaê

Pessoa vestida de orixá.

As qualidades de santo são consideradas derivações que trazem maior especificidade a um orixá. Cada qualidade de Obaluaê apresenta algumas distinções, em relação à categorização principal, tornando cada derivação ainda mais única, seja por conta de origem, irmandade, proximidade de outras entidades ou pelo que se alimenta. Acompanhe todas a seguir!

Afoman

Afoman é uma entidade de Obaluaê que veste amarelo e preto, distintivamente das tradicionais cores vermelho, branco e preto, e tem estopa e duas bolsas em sua vestimenta. É próximo de Ogum, Exú, Oxumaré e Oyá e enterra corpos destinados a si em covas feitas com Intoto.

As bolsas são consideradas os locais onde estão as doenças e ele tem domínio sobre todas as plantas trepadeiras e seu crescimento.

Agòrò

Agòrò é uma qualidade de Obaluaê que veste apenas o branco e tem maiores detalhes em palha (franja, chamada de biokô) na barra do azé (saia).

Akavan

Para a aparência de Akavan, qualidade de Obaluaê, sua vestimenta é estampada. Ele tem grande proximidade com o orixá Oyá e anda com Iansã.

Ajágùnsí

A qualidade Ajágùnsí, do orixá Obaluaê, traz grande proximidade a Ewà, Oxumaré, considerado irmão de Obaluaê, e Nanã, que supostamente teria abandonado o orixá para morrer ao relento, por conta de suas chagas.

Azoani

Azoani, qualidade de Obaluaê, tem grande afeição pela vestimenta contendo palha vermelha. Com espírito muito jovial, ele tem grande simpatia por Iroko, Oxumaré, Iemanjá, Iansã e Oyá.

Azonsu

Também conhecido como Ajunsun, Azonsu é um grande simpatizante de seus amigos Oxumaré, Oxun e Oxalá. Essa qualidade de Obaluaê gosta de vestir todas as cores que são componentes do orixá: vermelho, preto e branco.

Além disso, é considerado extrovertido e empunha uma lança. Pode ter uma pulseira de metal na perna esquerda e cultua fervorosamente a terra.

Jagun Àgbá

Não há muita diferença em relação ao orixá Obaluaê e à sua qualidade Jagun Àgbá quanto à vestimenta. Contudo, é mais próximo de Oxalufan e Iemanjá.

Jagun Ajòjí

A qualidade Jagun Ajòjí não distingue muito de Obaluaê quanto à vestimenta tradicional, mas tem maior afeição por Ogun, Oxaquian. e Exú. Além disso, também é conhecido como Sejí, apenas.

Jagun Arawe

Ligado às vestes tradicionais do orixá Obaluaê, a qualidade Jagun Arawe tem grande proximidade com as entidades Iansã, Oyá e Oxaguian.

Jagun Igbonà

Jagun Igbonà também pode ser chamado de Topodun. Ele tem proximidade direta com Obá, Airá e Oxaguian. Além disso, usa as vestes tradicionais de Obaluaê.

Jagun Itunbé

Também conhecido como Ajagun, a qualidade Jagun Itunbé tem uma peculiaridade: é a única que come caracol (Igbin) dentre os orixás. Por outro lado, não come feijão preto.

Além disso, tem grande proximidade com Oxaguian, Ayrá e Oxalufan. Por ser um jovem guerreiro, empunha sua lança chamada de Okó.

Jagun Odé

Conhecido como Ipòpò, Jagun Odé tem afeição por Inlè, Ogun, Logun e Oxaguian. Essa entidade de Obaluaê usa biokô, uma espécie de franja em seu azé (saia), assim como outras qualidades, como o Agòrò.

Como são os filhos de Obaluaê

Seguidor de Umbanda.

Os chamados filhos de Obaluaê possuem características muito similares ao perfil do seu pai, o orixá das doenças e da cura. Como veremos a seguir, o semblante, o comportamento e a postura sempre remetem ao que o pai é e como se porta perante os demais orixás. Como diria o famoso ditado: "a fruta não cai longe do pé". Confira a seguir!

Perfeccionistas

A dedicação é o ponto forte dos filhos de Obaluaê, levando as atividades que desenvolvem a um nível de perfeccionismo. No entanto, esses níveis de perfeccionismo podem tornar-se doentios e se transformarem em uma cobrança incansável de si mesmos para ser melhores, mesmo que já estejam empenhando seu nível máximo de dedicação.

Generosos

Assim como o pai Obaluaê, seus filhos são extremamente generosos e buscam ajudar os que necessitam da forma como podem. Eles se doam ao máximo e chegam a fazer sacrifícios pelo bem do próximo ou daqueles que amam.

Quando ascendem em a alguma profissão da área da saúde, tornam-se extremamente bem quistos pelos pacientes, por fornecerem o máximo de cuidado e dedicação para os enfermos.

Dedicados

Os filhos de Obaluaê são extremamente dedicados ao que se propõem a fazer, executando com maestria as atividades. São pessoas resilientes e pacientes, pois sempre fazem tudo até o final e com grande cautela. Além disso, nunca desistem daquilo que anseiam, mesmo que leve uma eternidade para chegarem ao fim.

Apenas o dinheiro não traz realização para filhos de Obaluaê, sendo necessário o fornecimento de ajuda significativa ao próximo. Filhos deste orixá costumam se sentir muito realizados em profissões da saúde, como Medicina, Odontologia e Enfermagem, em trabalhos voluntários de ajuda humanitária ou mesmo no ramo científico, de modo que possam trazer alguma contribuição à sociedade.

São pessoas que, embora tenham características não favoráveis à socialização, necessitam de grandes círculos de amigos próximos. A introspecção e a timidez já fazem parte de sua vida e a existência de amigos é necessária para que haja um equilíbrio, favorecendo a comunicação, o desenvolvimento ou a descoberta de sentimentos e o aumento da produtividade.

Assim, as amizades podem contrabalancear também a característica de depressão e pessimismo que enfrentam os filhos de Obaluaê, evitando ideações suicidas.

Aparência frágil

O ditado "a fruta não cai longe do pé" nunca fez tanto sentido, pois os filhos de Obaluaê possuem uma aparência que transmite fragilidade, caracterizada por olhar distante e possibilidade de curvatura da postura.

Assim como o pai, são muito observadores e preocupados com os demais, por conta da empatia, e têm esta aparência que, por vezes, pode ser depressiva, por conta de alguma doença ou enfermidade. Isso pode implicar em um aspecto de tristeza físico, que esconde uma extrema sensibilidade de grande inteligência.

Tímidos e introspectivos

Assim como Obaluaê, seus filhos são tímidos, reservados e necessitam de momentos sozinhos para reflexão sobre o mundo e si mesmos. Por vezes, essa timidez pode apresentar um teor de mistério e sabedoria, o que é, de fato, verdade. Os filhos de Obaluaê são estudiosos, grandes pensadores, conhecedores de si mesmos e calmos.

Geralmente, são pessoas sérias e fechadas, mesmo que tenham um grande círculo de amigos. Elas sabem esconder muito bem seus pontos fracos e demonstram apenas um pouco de sua real personalidade ao mundo, sendo difícil realmente conhecer a fundo o que pensa e o que sente um filho de Obaluaê.

Fazem parte do tipo de pessoa que fica em silêncio muitas vezes na semana, pois, assim, consegue encontrar dentro de si respostas para o que está buscando no mundo externo. São introvertidos e mergulham em suas leituras e estudos, o que também pode propiciar uma carreira de sucesso na área de Humanas, em profissões como pesquisadores, cientistas, professores e escritores.

Por sempre estarem em introspecção e serem fechados em relação ao mundo externo, podem ter dificuldade em relacionamentos. Isso é reflexo da complexidade que possuem para demonstrar algum tipo de sentimento, pois tendem a guardar tudo para si. Quando estão amando, apaixonados ou envolvidos por alguém, são extremamente sinceros e doces, dando provas de fidelidade e devoção a todo o momento.

A principal forma de demonstração afetiva, ainda assim, acontece de modo objetivo, pois estão sempre tentando resolver problemas para o parceiro e não buscando fazer surpresas, dar presentes ou fazer declarações amorosas.

Pessimistas

O pessimismo é uma característica que pode estar associado a um sentimento depressivo sobre si mesmo e sobre sua atual condição. Os filhos de Obaluaê são inseguros, medrosos e indecisos, não se arriscam e possuem tendências depressivas.

Embora sejam pessoas doces, calmas e resilientes, são altamente ranzinzas. Por herdarem o gênio do pai Obaluaê, são negativas e reclamam de tudo, gostam de mandar e de desanimar os otimistas, contanto suas frustrações e tristezas. No entanto, quando se apaixonam, amam ou simplesmente têm um carinho muito grande por alguém, gostam de agradar e são muito prestativos.

O sentimento pessimista, por vezes, consome o filho desse orixá a ponto de este apresentar um comportamento agressivo ou autodepreciativo, com ideações suicidas e atitudes masoquistas.

Mesmo que apresentem grandes foco, praticidade, seriedade, calma, leveza e resiliência, são pessoas com grande nuance de temperamento, o que as torna sempre propensas ao desenvolvimento de doenças. elas capricham no exagero e no drama e tendem a ter doenças psicossomáticas, relacionadas diretamente com comportamento depressivo e bipolar.

Como se relacionar com Obaluaê

Oferenda para orixá.

Há muitos modos de se conectar com um orixá. A seguir, entenda as principais formas de conquistar a simpatia de Obaluaê e buscar sua benção!

Dia e número de Obaluaê

O dia da semana remetido ao orixá Obaluaê é segunda-feira. Além disso, 16 de agosto é a data anual de comemoração voltada à entidade e seu número é 13.

Cores de Obaluaê

As principais cores que remetem ao orixá Obaluaê são vermelho, preto e branco. Ele usa essas cores em suas vestimentas e em algumas qualidades.

Símbolos de Obaluaê

O principal símbolo que identifica Obaluaê é o Sasará, ou Xaxará, que é um apetrecho feito de palha e sementes mágicas trançados em formato de tubo. De acordo com as histórias, diz-se conter segredos não revelados dentro dele.

Ervas e folhas de Obaluaê

Por ser um orixá diretamente ligado à medicina, Obaluaê faz uso da maioria das ervas e folhas usadas nas religiões afro-brasileiras. As principais folhas associadas a este orixá são: Folha de Omulu (canela de cachorro) pariparoba, mamona e cambará. Muitas vezes, recomenda-se o consumo de chás em casa ou mesmo da execução de banhos para purificação.

Dança de Obaluaê

A dança tradicional de Obaluaê é chamada de Onipajé, na qual são entoados cantos sagrados ao som do atabaque e a entidade se move de modo ambivalente, para esquerda e direita, representando a luz e a escuridão, a cura e as doenças, a morte e a vida.

Roupa de Obaluaê

O orixá Obaluaê pode apresentar vestimentas em tons de vermelho, preto e branco, recobertas pelo filá (parte superior) e azè (parte inferior) feitos em palha. Algumas de suas qualidades utilizam essas mesmas cores.

Festa de Obaluaê

A festa de homenagem ao orixá Obaluaê é chamada de Obalujé e é realizada anualmente. As comidas são servidas por meio de esteiras e em folhas de mamona. Todos os orixás se fazem presentes, com exceção de Xangô e Oyá, que é quem faz a abertura do ritual, promovendo a limpeza da sala para colocação da esteira sobre a qual serão colocadas as comidas.

Este ritual é imprescindível dentro de todo o terreiro, para prolongar a vida e ter saúde dentre os participantes que frequentam o local. São preparadas 9 iguarias, no mínimo, para este ritual, sendo relacionadas com as características dos orixás. Além disso, a folha de mamona é altamente venenosa e simboliza a superação da morte, tendo a comida servida sobre ela.

Saudação a Obaluaê

A saudação usada ao orixá Obaluaê é “Atotô Obaluaê”, que significa “silêncio para o grande Rei da Terra”.

Oração a Obaluaê

O orixá Obaluaê possui sua própria oração, que consiste na citação a seguir:

"Salve o Senhor o Rei da Terra! Médico da Umbanda, Senhor da Cura de todos os males do corpo e da alma. Pai da riqueza e da bem-aventurança. Em ti deposito minhas dores e amarguras, rogando-te as bênçãos de saúde, paz e prosperidade.

Que a Vossa Bênção paralise toda e qualquer negatividade que pretenda fazer adoecer a minha vida e o meu caminhar. Amado Pai, eu Vos peço que semeie dentro de mim as Sementes da Vida Verdadeira, para que eu me comporte como filho de DEUS e compreenda a Presença Divina em mim e nos meus semelhantes.

Peço vosso amparo curador, meu pai Omolu, cure minhas doenças espirituais, que impedem minha evolução. Vós que sois o amparador dos espíritos caídos nas trevas da ignorância, me ampare e me guie com vossos braços fortes de protetor da vida.

Senhor da terra, abençoe o chão que piso e me sustente para trilhar caminhos retos e luminosos na Criação. Cure-me de meus egoísmos, vaidades, ignorância, rancores, de minhas mágoas e tristezas e ajude-me a ter mais compaixão, alegria, confiança, fé, amor, tolerância, paciência para que eu viva em harmonia com os que me cercam.

Cubra meu lar e o de familiares com vosso manto protetor e cure todas as doenças materiais e espirituais que rodeiam eles.

Faz-me um filho de bom ânimo e disposição, para triunfar na luta pela sobrevivência e pela evolução espiritual. Faz-me digno de merecer todos os dias as vossas bênçãos de luz e misericórdia. Atotô, meu Pai!"

Oferenda para Obaluaê

Oferenda para orixá.

É possível realizar oferendas aos orixás, para agradecer, homenagear ou fazer pedidos a eles. Saiba como homenagear e agradar nosso querido Obaluaê a seguir!

Quando fazer?

Sempre que estiver precisando de uma benção em relação à sua saúde, de seus familiares ou cura para alguma doença, realize a oferenda ao orixá Obaluaê. De preferência, deve fazer isso na segunda-feira, que é seu dia da semana.

Ingredientes

Para realizar a oferenda a Obaluaê, você vai precisar de:

1. Um cesto médio de palha ou vime;
2. Milho de pipoca em grãos (use a medida de um copo e meio de requeijão);
3. Azeite de Oliva;
4. Uma pipoqueira ou outra panela que sirva para estourar a pipoca;
5. Coco maduro, fatiado em lâminas;
6. Mel puro;
7. Vela branca de 7 dias.

Modo de preparo

No início de sua oferenda a Obaluaê, primeiramente, estoure a pipoca em uma panela grande, ou em duas etapas em uma panela pequena, com duas colheres de azeite de oliva, e coloque no cesto de vime. Organize as lâminas de coco sobre a pipoca, após seu resfriamento, e regue tudo com mel (4 a 5 colheres já são o suficiente).

Depois, selecione um local pouco movimentado de sua casa para colocar a cesta montada e, ao lado, coloque a vela de 7 dias acesa. Não se esqueça de mentalizar o que deseja durante a construção da oferenda e de executar suas preces ao final.

Obaluaê é orixá da cura em todos os seus aspectos!

Estátua de orixá Obaluaê

Como vimos até aqui, Obaluaê é um orixá com suas complexidades, sendo aquele ao qual remete-se a vida e a morte, a luz e a escuridão, a doença e a saúde. É uma entidade carregada de história, que reflete no seu comportamento atual dentre os orixás e perante seus filhos e fiéis que pedem sua benção.

Obaluaê cuida da cura física e espiritual daqueles que ele considera merecedores de sua ajuda, em decorrência de suas boas ações e caráter. Seus filhos nunca estarão desamparados e podem reproduzir as características do pai, sejam elas positivas ou negativas.

Contudo, é um orixá de suma importância dentro das religiões afro-brasileiras, por zelar pela saúde daqueles que frequentam o terreiro. Temido por todos, Obaluaê é a própria doença e a cura na mesma pessoa, tendo grande empatia, especialmente pelos pobres enfermos, uma vez que já soube na pele as mazelas da varíola.

Agora que já sabe mais sobre esse orixá, esperamos que consiga se relacionar com ele de uma forma melhor. Atotô Obaluaê!

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