Deusa Bastet: conheça tudo sobre a história da deusa egípcia dos gatos!

A deusa Bastet é muito conhecida pela sua familiaridade com os gatos. Ela é uma divindade da mitologia egípcia muito associada com os eventos solares, mas também foi venerada como deusa lunar, após a influência dos gregos na cultura egípcia. Ela é considerada uma das deusas mais antigas do Egito e sempre foi retratada como uma mulher magra e esbelta, tendo a cabeça de um gato doméstico.

É reconhecida por ser protetora do lar, da fertilidade, do feminino e também dos gatos. Acredita-se que essa divindade é responsável por afastar de crianças e mulheres os maus espíritos, podendo ainda curá-las de todas as doenças. Aprenda mais sobre a origem, a história e mitos sobre a deusa Bastet lendo o artigo a seguir.

Para os povos antigos a forma de compreender a realidade era através da religião, assim os deuses existiam para favorecer a vida dos indivíduos do Egito. A deusa Bastet era muito adorada, sendo considerada a deusa do fogo, dos gatos e das mulheres grávidas. Há um mito onde ela chega a ser considerada como a personificação da deusa Ísis.

Era conhecida como uma deusa de personalidade forte, mas que também possuía um lado dócil e gentil quando se tratava de proteger o lar. Aprenda a seguir, tudo sobre a deusa Bastet.

Os cultos para a deusa Bastet surgiram por volta de 3500 a.C., inicialmente ela era representada como uma gata selvagem ou como uma leoa, mas foi por volta dos anos 1000 a.C. que ela começou a ser retratada como um felino doméstico.

Sua estética era então, a de uma mulher lindíssima com a cabeça de um gato, nas suas representações muitas vezes ela está segurando um sistro, um tipo de chocalho utilizado como instrumento musical. Por isso, era considerada a deusa da música e da dança.

Em outras representações, na sua orelha há um grande brinco, no seu pescoço um belo colar e às vezes pode aparecer com um cesto, onde carregava suas crias. Além disso, ela pode ser encontrada carregando um Ankh, uma cruz da vida dos egípcios.

Na mitologia do Egito Antigo, a deusa Bastet era uma das divindades que possuía o Olho de Rá, isso porque ela era filha do deus do sol, Rá. Era filha também da deusa Distante, uma divindade que abandonou o deus Rá e voltou para transformar o mundo. Bastet nasceu na cidade de Bubástis (região oriental do delta do Nilo).

Ela não gostava de ser associada ao seu pai, pois sua relação com ele não era boa. O deus Rá considerava sua filha muito atrevida e desobediente, já que ela não cumpria suas ordens.

Rá a reprovava de muitas maneiras, odiou quando ela passou a ser a deusa da Lua e a odiou ainda mais quando ela se casou com o deus Anúbis e foi morar com ele no submundo, já que Anúbis é o responsável por guiar as almas dos mortos até o submundo.

Com Anúbis ela teve dois filhos, Mihos e Nefertem. Ela lutava bravamente ao lado do seu marido, era uma guerreira de uma beleza invejável e extremamente atraente, chamando a atenção de todos os mortais e deuses egípcios.

Devido ao seu parentesco com esses deuses importantes, ela era considerada como uma divindade solar, podendo exercer muitos poderes sobre os eclipses solares. Após os gregos invadirem o Egito e introduzirem sua cultura na sociedade, a deusa Bastet começou a ser relacionada à deusa Ártemis, e foi assim que ela deixou de ser uma divindade do Sol e passou a ser a deusa da Lua.

Durante a 2ª Dinastia do Egito (2890 a.C. a 2670 a.C.) Bastet era extremamente reverenciada por mulheres e homens, sendo considerada tanto como uma guerreira selvagem quanto uma ajudante dos afazeres da vida doméstica.

Quando a deusa Bastet era representada como uma leoa, era tida mais como guerreira selvagem, tendo uma ferocidade única. Após o início das suas representações como gato, que é um felino carinhoso e gracioso, ela começou a ser reconhecida como uma divindade afetuosa e protetora da vida doméstica. Bastet é considerada a deusa da música, da dança, da reprodução, da fertilidade e a deusa do lar.

No Egito Antigo, eles acreditavam que todos os gatos seriam a reencarnação da deusa Bastet, assim eles passaram a venerá-los e a tratá-los como deuses. Qualquer pessoa que tratasse mal ou ferisse um gato estaria cometendo um pecado imperdoável, além de estar profanando a deusa Bastet.

Como possuía poderes solares, ela cobria o Egito com escuridão, usando a lua para cobrir o sol, punindo aqueles que fizeram mal aos gatos. Os gatos também eram mumificados após a morte e eram enterrados em locais feitos exclusivamente para eles.

Na cidade de Bubástis haviam inúmeros templos que cultuavam a deusa Bastet e os seus fiéis iam até lá para prestar sua devoção e enterrar seus gatos mortos. O nome da cidade foi dado em homenagem à deusa já que ela nasceu lá.

A deusa Bastet pode ser confundida com a deusa Sekhmet, que é conhecida como a deusa poderosa da vingança e das doenças, e sua figura era a de uma mulher com a cabeça de leoa e em cima da sua cabeça havia um disco solar. A cabeça de leoa significa a força e o poder de destruição.

Ela também pode ser representada sentada em um trono com um sistro nas mãos. Sekhmet era o símbolo de punição do Deus Rá e temida por todos os seus inimigos.

Muitos egípcios não conseguiam diferenciar e dissociar a deusa Bastet da deusa Sekhmet, acreditando que elas eram uma única divindade com diferentes personalidades. Assim, diziam que Bastet era a versão sossegada e amável como uma gata, já Sekhmet era a personalidade da leoa guerreira selvagem e implacável, cruel nas batalhas e guerras.

Por ser a deusa protetora do lar, do parto, da fertilidade e por tantas outras coisas, Bastet é muito importante para aqueles que a reverenciam, sendo reconhecida por muitos até os dias de hoje. A seguir, você irá aprender mais sobre o seu papel na cultura egípcia e grega, além dos cultos e festivais feitos para ela ao redor do mundo.

A mitologia egípcia é muito rica em detalhes e é repleta de aspectos culturais importantíssimos para a compreensão da sociedade da época, é claro que a deusa Bastet se faz essencial dentro dessa mitologia. Sendo filha de dois deuses supremos do Egito Antigo, ela tinha um papel exclusivo, fontes históricas apontam que ela lutava ao lado do faraó nas guerras e garantia proteção e saúde a ele durante as batalhas.

Como deusa da fertilidade, do parto e do lar é muito requisitada pelas mulheres, que a evocam em busca de orientação e proteção para os seus filhos e os seus lares.

Na mitologia grega, a deusa Bastet era conhecida como Aleurus, que significa gato em grego. Os gregos a associaram à deusa Ártemis, pois ela era filha de Zeus com Leto. A deusa grega tinha poderes sobre pragas e doenças, sendo responsável por punir os humanos, muito semelhante ao que Sekhment fazia, e assim como Sekhment, Ártemis também curava quando era preciso.

A deusa Bastet tem sua origem na mitologia egípcia e depois na mitologia grega, mas em outras culturas aparecem divindades com atributos muito semelhantes aos seus. A deusa Coatlicue, por exemplo, é uma deusa asteca muito cultuada e temida pelo seu povo, era considerada a mãe de todos os deuses e a mãe do Sol e da Lua. Era padroeira do governo, da guerra e do parto.

A deusa nórdica Freya tinha adoração pelos gatos, sua carruagem era puxada por dois gatos que simbolizavam suas principais qualidades, ferocidade e fertilidade, e estes animais apresentavam um semblante afetuoso e feroz ao mesmo tempo, muito semelhante aos aspectos da deusa Bastet.

No templo de Bastet eram realizadas festas anuais com muitas oferendas para a deusa. Estas festividades eram conhecidas por terem orgias e muito vinho. Pelo templo haviam muitas efígies suas, a maioria delas eram estatuetas de um gato.

O festival da deusa Bastet era muito popular e homenageava o nascimento da deusa, para muitos era o festival mais bem elaborado e famoso do Egito. Durante o festival as mulheres eram liberadas de todas as restrições e comemoravam dançando, bebendo, fazendo música e deixando as partes íntimas à mostra.

Os historiadores creem que iam mais de 700 mil pessoas no festival, isso porque realmente ela era extremamente popular entre homens e mulheres do Egito. Na festividade, as comemorações se davam ao dançar, beber e cantar em homenagem à deusa, demonstrando gratidão, devoção e fazendo novas preces.

Ainda é possível encontrar a deusa Bastet no mundo de hoje, inclusive ela já fez várias aparições em obras da cultura pop. O autor Neil Gaiman é fascinado pela deusa. Ela aparece em seu livro American Gods e aparece na sua série de quadrinhos Sandman. Ainda, ela está programada para aparecer na série de TV American Gods.

O autor, Robert Bloch inclui Bastet em seus mitos no Cthulhu de Lovecraft, ela ainda aparece no jogo de videogame Smite e por ser uma criatura mística aparece no jogo de RPG Dungeons and Dragons. Ainda existem pessoas que adoram e cultuam a Bastet. Alguns recriam seus cultos venerando-a da mesma forma que os egípcios a adoravam.

Como guerreira feroz e protetora dos lares, a deusa Bastet tem muitos mitos em sua história. A seguir, você aprenderá sobre os mais importantes mitos da deusa, continue lendo e veja como ela realmente era poderosa, dócil e destemida.

A deusa Bastet lutou muitas vezes ao lado de seu pai, o deus Rá, pois ele costumava colocar seus filhos para lutarem. Rá possuía muitos inimigos, um deles era o Apep e a história dos dois na mitologia egípcia significa a passagem do dia e da noite e explica alguns outros fenômenos da natureza.

Apep era uma serpente gigante conhecida por ser uma agente do caos que vivia em um lugar do submundo chamado de Duat. Ela podia causa terremotos quando se deslocava. Sendo inimiga eterna de Rá, seu objetivo era destruir seu barco e deixar o mundo nas trevas.

Os sacerdotes de Rá tentaram enfeitiçar Apep, mas nenhum dos feitiços funcionou. Então, Bastet assumiu sua forma felina, tendo uma excelente visão noturna e foi até o esconderijo de Apep nas profundezas e o matou.

A morte de Apep garantiu que o sol pudesse continuar a brilhar e as safras continuassem a crescer, por isso Bastet foi homenageada como a deusa da fertilidade.

Os humanos questionaram o governo de Rá e começaram a conspirar contra ele. Rá resolveu então, se vingar e punir os traidores, assim ele retirou o olho esquerdo e convocou a deusa Hathor. Ele a transformou em Sekhmet e a enviou para a Terra.

Sekhmet com sua fúria implacável destruiu todos aqueles que conspiravam contra Rá, porém ela ficou descontrolada e sedenta por sangue. Sekhmet começou a devorar todos os homens e iria dar fim a humanidade.

Rá ficou arrependido e ordenou que fossem preparados 7 mil jarros de cerveja misturada com uma semente de cor vermelha. Sekhmet encontrou os jarros e achou que a cerveja era sangue, ela ficou embriagada e assim, Rá conseguiu controlá-la e levou ela de volta para o seu lugar.

Há um mito na cidade de Bubastis, que diz que a turquesa é na verdade o sangue menstrual que caiu da deusa Bastet, que ao tocar o solo se transformou na pedra turquesa.

A cultura egípcia é carregada de significados e símbolos. A deusa Bastet, representada por um gato, carrega muita simbologia em sua imagem. Veja a seguir os símbolos da deusa gata, o Olho de Rá, o Sistro, a Cruz Ansata e mais.

O Olho de Rá era geralmente representado como um disco rodeado por duas cobras, também pode ser descrito como uma leoa ou uma cobra. Foi como uma leoa que o Olho de Rá foi mais intimamente associado visualmente à Bastet.

O sistro é um instrumento muito antigo usado no Egito por mulheres e sacerdotisas. É um instrumento de percussão que produz um som achocalhado. A deusa Bastet é, também, a deusa da música e da dança, por isso é muito comum ela aparecer segurando um sistro.

O Ankh ou Cruz Ansata é uma cruz egípcia que simbolizava a vida, em um aspecto geral. Outras interpretações apontam que ela pode simbolizar a vida física na Terra, a vida eterna e até a reencarnação.

A Cruz Ansata é considerada também um símbolo de fertilidade, por isso aparece como símbolo da deusa Bastet, sua forma apresenta um laço que seria o órgão feminino e uma linha abaixo simbolizando o órgão masculino.

A deusa Bastet foi associada à árvore Persea, que simbolizava proteção e vida após a morte. Isso ocorre, porque Bastet viveu na árvore Persea durante a época em que ela matou Apep, segundo o mito.

O cesto para as crias simboliza a parte da deusa Bastet que é protetora do lar, das crianças e da vida doméstica. Ela defende as crianças com suas presas e garras, mantendo-as sob sua proteção no cesto.

A deusa Bastet é uma divindade com várias atribuições, ela é a deusa da dança, da fertilidade, da música, protetora do lar e também deusa do amor. Quer saber como cultuar a deusa gata? Você aprenderá a seguir todos os detalhes de seu culto.

Você pode fazer um altar para a deusa Bastet dentro da sua casa. Coloque a imagem da deusa em um móvel, ela deve estar rodeada por fotos da sua família e dos seus animais de estimação. Acenda uma vela de cor branca ou verde e também coloque um incensário, para quando for pedir proteção, acender um incenso que pode ser de citronela, mirra ou 7 ervas. Peça à deusa que possa proteger sua família e lhe cobrir com seu amor maternal!

Você pode se conectar com a deusa com a seguinte oração:

Salve Bastet!
Protetora dos lares, da maternidade, das mulheres e da vida!
Senhora da Alegria, da Dança, da Intuição e da Imortalidade!
Salve Bastet!
Deusa felina manifestada há milhares de anos em nossos corações!
Pedimos suas bênçãos!
Nos dê a leveza em nossos passos;
A precisão em nossos movimentos;
A capacidade de enxergarmos além das aparências;
A curiosidade para descobrirmos diversão nas coisas simples;
A flexibilidade para superarmos os obstáculos;
A força para compartilharmos amor sem perder a liberdade e a independência;
Assim sempre foi, é e será!

Os rituais e festivais em homenagem à Bastet eram cheios de música, dança e bebida. Assim, uma forma de invocá-la é recriar esse ambiente de festa, você pode fazer sozinho ou com outras pessoas, precisa ter muita dança, música e diversão.

Realmente a deusa Bastet é fantástica, ela possui tantos símbolos e é padroeira do lar, da fertilidade, da dança, da música, do amor, divindade solar e lunar. Muitos atributos para uma deusa tão poderosa, que pode ser tanto dócil e calma quanto selvagem e implacável.

Faz de tudo para proteger as mulheres grávidas e curar as doenças. Esposa, mãe e guerreira, lutando ao lado de seu pai, deus Rá, pelo bem do Egito Antigo. Agora que você aprendeu tudo sobre deusa Bastet, da sua origem aos seus mitos, já pode pedir proteção e orar para a deusa gata do Egito. Com certeza ela escutará suas palavras.