Os ensinamentos de Buda: verdades universais no budismo, as nobres verdades e mais!

Os ensinamentos de Buda são a base da filosofia Budista e remetem ao autoconhecimento e à percepção de pertencimento ao todo. Existem muitas vertentes dessa religião, mas os ensinamentos são sempre baseados em Buda Gautama, também conhecido como Sakyamuni.

Em uma sociedade desigual, Buda foi um príncipe indiano que abandonou a vida de riquezas para compreender a vida do seu reino tão sofrido e ajudar aqueles que precisavam. Sentiu a dor do seu povo em si e percebeu que ela era sua também, pois juntos, eles formavam o todo.

Foi então que ele abandonou o castelo, raspou o cabelo (símbolo de sua casta elevada) e passou a caminhar entre os seus, chegando assim à iluminação. Conheça os ensinamentos desse sábio que viveu entre nós, como por exemplo, as três verdades e práticas, as quatro nobres verdades, os cinco preceitos e muito mais.

Para poder ter uma vida mais leve e livre de tantas amarras – tanto físicas quanto emocionais - Buda ensina que o perdão, a paciência e o controle mental são fundamentais.

Além disso, deve-se prestar atenção à intenção da palavra, buscar o fim do ódio através do amor, a alegria pela vitória dos que te cercam e a prática de boas ações. Entenda melhor cada um desses ensinamentos.

Se você consegue perdoar é porque compreende que o mal, o bem, a dor e alegria do outro são também as suas. Portanto, o perdão é fundamental para o crescimento, cessão da dor e iluminação. Afinal, para atingir esse estado é preciso compreender de forma clara o todo e para isso, é preciso perdoar tudo.

Entenda que perdoar não é sinônimo de se permitir machucar novamente, mas sim compreender que o outro (ou até você, quando se machuca), ainda está em processo de iluminação – como todas as outras coisas. Dessa forma, se não puder ajudar sem se ferir, basta perdoar e se afastar da situação, fazendo o seu melhor para gerar um maior equilíbrio na Sanga, no Todo.

Um dos ensinamentos mais importantes de Buda é o da necessidade de estimular a paciência. Da mesma forma que um jarro enche de gota em gota, todas as suas necessidades (físicas, mentais e espirituais) serão supridas, no tempo certo e com o esforço correto.

Em outras palavras, você não precisa correr, pois tudo tem seu tempo e ele depende não apenas de si, mas também de todo o conjunto que te cerca. Afinal, você é parte do Todo e o crescimento de cada um é seu próprio crescimento. Apenas faça o melhor com o que tem e ajude quem está próximo no seu processo.

Deixar a mente solta, livre para qualquer tipo de pensamento ou energia presente é até mesmo irresponsável. Você deve estar consciente do que está pensando, compreender qual é a origem dessa ideia e agir com sabedoria, sempre pautado na melhor escolha para todos.

Silenciar a mente é quase impossível, mas você pode ter controle sobre quais pensamentos irá alimentar e quais irá deixar passar, se se prender a eles. Dessa forma, eles não apenas perdem força, como também seu processo de controle dos pensamentos fica mais intenso.

Muitas pessoas são extremamente prolixas e despendem muita energia com um discurso vazio – de sentimento, intenção ou verdade. De acordo com os ensinamentos de Buda, melhor do que mil palavras ocas, é uma que traga paz. Com a intenção correta, basta uma palavra para ajudar a quem precisa.

Não é que se vá deixar de falar de forma despreocupada, mas prestar atenção ao que diz e, principalmente à forma com que diz, pois isso é essencial para evitar problemas, mantendo assim a paz. Escolher com sabedoria suas palavras e procurar dar a devida atenção ao seu significado faz parte da caminhada em direção à iluminação.

Um dos ensinamentos mais importantes de Buda tem sido sumariamente ignorado nos dias de hoje. Em uma sociedade cada vez mais polarizada por forças maiores, as pessoas devem compreender que o ódio não é combatido com ódio e sim com amor.

Quanto menos você alimentar atitudes negativas, seja de ódio explícito ou passivo-agressivo, mais rápido o Todo alcança a iluminação. Não é o caso de aceitar cegamente, mas compreender a limitação e sofrimento do outro e com isso, agir de forma tranquila e escolher palavras carregadas de significado e paz, através do amor.

Uma das grandes alegrias da vida é ver as pessoas queridas alcançarem seus sonhos ou até mesmo, viverem suas pequenas vitórias. Buda já ensinava que se alegrar com o júbilo dos que te cercam é nobre, ainda mais quando se trata de pessoas que não fazem necessariamente parte do seu ciclo.

Da mesma forma, a inveja, raiva e outros sentimentos associados, são extremamente prejudiciais – tanto para você quanto para o outro – pois não levam ao crescimento do Todo. Além disso, também te impedem de aproveitar uma das coisas boas da vida, a alegria pela vitória dos outros.

Praticar boas ações é a base de qualquer religião que busque o "religare" de fato, sendo, portanto, um dos ensinamentos de Buda para uma vida mais leve. Ajudar o próximo, não apenas faz com que a outra pessoa se sinta melhor, mas também quem pratica o bem.

E a realização de boas ações pode acontecer de várias formas, não apenas com doações, ajuda financeira e afins, mas principalmente através de palavras e gestos. Inclusive, a caridade deve começar dentro de casa, respeitando e ajudando os seus entes queridos em seus próprios processos de desenvolvimento.

Existem três verdades universais pregadas no Budismo, advindos dos ensinamentos de Buda Gautama: o Karma – também conhecido com lei de ação e reação; o Dharma – que são os ensinamentos de Buda; e o Samsara – esse fluxo contínuo de crescimento e provas, que leva à iluminação. Compreenda mais a fundo essas três verdades de Buda.

A teoria da causalidade no Budismo é um pouco mais complexa do que em outras doutrinas. A princípio, ela trata das consequências das suas ações, onde o que é feito sempre retorna, seja o bem ou o mal. Porém, como os ensinamentos de Buda tratam da pessoa como integrante interdependente do Todo, então o Karma também segue essa regra.

Ou seja, o mal e o bem feitos pela humanidade como um todo, influenciam o seu karma pessoal, assim como o que você faz, influencia o karma coletivo. Inclusive, há forte relação com o karma ancestral e o pagamento de dívidas herdadas das gerações anteriores.

O Dharma é o conjunto dos preceitos éticos do Budismo. Nos ensinamentos de Buda, você vai conhecer uma série de ações, pensamentos e palavras – ou seja, forma de se portar na realidade – que ajudam no processo de busca da iluminação.

Também conhecido como uma das três joias do Budismo, o Dharma é composto pelos Sutras (ensinamentos de Buda), Vinayas (códigos de disciplina dos monges) e Abhi-dharmas (discussões sobre os Dharmas, feitas por sábios que vieram depois de Buda).

"Nada é fixo e tudo está em movimento". Essa é uma das verdades pregadas pelos ensinamentos de Buda. Da mesma forma que o sofrimento começa, ele termina, quando se consegue andar no caminho do meio com maior controle sobre a mente.

Samsara é essa série de mudanças pela qual passamos na vida, como uma roda que nunca para, a não ser quando se alcança a iluminação, também chamada de Nirvana.

São também três as práticas Budistas que levam à iluminação. Através dos ensinamentos de Buda, se encontra o Sila, também conhecido como virtude; o Samadhi, ou desenvolvimento mental e concentração; além da Prajna, compreendida como sabedoria ou iluminação. Conheça a seguir as práticas ideais segundo o Budismo.

Uma das três práticas do Budismo é Sila, que corresponde à boa conduta nas relações, pensamentos, palavras e ações. Isso atinge o arcabouço moral vigente e atua em todas as camadas da vida da pessoa, sendo importante ferramenta de aprendizagem e crescimento constante.

São dois os princípios mais importantes de Sila: o da igualdade, que trata todas as criaturas vivas como iguais – incluindo aquela baratinha ou a formiga na mesa; e o da reciprocidade, que condiz com a máxima cristã de fazer ao próximo o que gostaria que fizessem com você.

A prática do Samadhi é o foco no desenvolvimento da sua capacidade mental, seja através do estudo ou da meditação. Assim, será possível ter mais concentração e encontrar o caminho para alcançar a sabedoria e consequentemente, a iluminação.

Com uma mente forte, controlada e focada no presente, fica mais fácil manter uma conduta adequada na vida e alcançar seus objetivos. Dessa forma, leva também a uma maior liberdade e desenvolvimento, criando um ciclo virtuoso de crescimento e boa ação.

Se você conseguir manter duas das três práticas do Budismo, automaticamente terá a terceira. Prajna é ter mais discernimento na hora de pensar, falar ou agir, sempre se utilizando da sabedoria e consciência no momento presente.

Dessa forma, pode-se afirmar que Prajna é o resultado da combinação entre Sila e Samadhi, unindo a virtude e o bem agir ao desenvolvimento mental, gerando assim a sabedoria. Dessa junção, pode-se conseguir a iluminação, sendo esse o eixo do Budismo.

O sistema de crenças do Budismo conta com quatro nobres verdades, que fundamentam as práticas, sendo elas o Dukkha – a crença de que o sofrimento realmente existe; Samudaya – a compreensão da razão do sofrimento; Nirodha – a crença de que existe um fim para o sofrer; e Magga, traduzido como o caminho para esse fim.

Veja a seguir as quatro nobres verdades em detalhes.

O Budismo não ignora o sofrimento ou o vê como algo bom, que expiará os pecados, mas considera que é apenas uma questão de ação e reação e sim, ele existe. Os ensinamentos de Buda são muito claros quanto a isso, até porque a origem da religião está relacionada à percepção de Sidarta Gautama quanto ao sofrimento em seu reino.

A Nobre Verdade do Sofrimento explica que ele irá acontecer inevitavelmente, pois a lei do karma é certa, mas não se precisa permanecer em expiação, mas sim, aprender com a dor e buscar a sabedoria. Para isso, é fundamental compreender sua origem e como agir para evitar o sofrimento no futuro. Além disso, a própria impermanência leva ao sofrimento, uma vez que não é possível manter os estados de felicidade pelo tempo desejado.

Não apenas o sofrimento é certo, de acordo com os ensinamentos de Buda, mas também há uma razão para que ele ocorra. A Nobre Verdade da Origem do Sofrimento trata dessa não permanência, tanto nas coisas que se gostaria de manter, quanto as que se tem hoje e não se sabe se vão continuar, quanto àquelas que se gostaria de ter.

Além disso, a causa do sofrimento também pode estar relacionada ao desejo, cobiça e afins, podendo ter relação também com sentimentos mais complexos, como os de ser algo ou existir de determinada forma, bem como o de não ser ou existir.

Da mesma forma que o sofrimento se instala, ele também termina – essa é a Nobre Verdade da Cessação do Sofrimento, sendo uma das quatro Nobres Verdades do Budismo. Essa verdade mostra que, quando o sofrimento acaba, não há vestígios ou rastros dele, restando apenas a liberdade e independência.

Em outras palavras, Nirodha cessa Dukka, depois de ter percorrido Samudaya, com o objetivo de chegar a Magga. Elas são na realidade, verdades relacionadas à evolução da alma como parte do Todo, pois só vai existir essa liberdade quando todos os seres forem livres.

Magga é o fim do ciclo do sofrimento, de acordo com os ensinamentos de Buda. É a Nobre Verdade do caminho que conduz ao fim das sensações que desagregam, desconstroem ou desestabilizam. É nessa fase que o Budista começa a se aproximar da iluminação.

O que acontece nessa etapa do processo de evolução é que a mente passa a compreender melhor o que acontece, de forma mais clara e correta. A linguagem e ação passam a ecoar essa correção interna, refletindo no seu esforço, atenção, concentração e vida.

De acordo com o Budismo, para se alcançar a iluminação e cessar o sofrimento, é importante seguir o Nobre Caminho Óctuplo. Ele consiste em uma série de comportamentos e formas de se agir diante do mundo, que levem a uma retidão e maior compreensão da sua unidade com o Todo.

Dessa forma, se torna mais fácil acabar com o sofrimento e viver sua vida de forma mais plena e realizada. O Nobre Caminho Óctuplo mostra o passo a passo para alcançar a iluminação, mesmo que não seja tão fácil quanto parece na teoria. Entenda melhor cada um deles.

Primeiro de tudo, é fundamental conhecer e compreender as quatro nobres verdades, para assim poder trilhar o Nobre Caminho Óctuplo, que leva ao fim da ganância, ódio e ilusão, trilhando assim o tão famoso caminho do meio, sempre em equilíbrio.

Nesse ínterim, a Vista Direita trata do reconhecimento da realidade como ela de fato é, sem ilusões, expectativas falsas ou filtros de percepção pessoal. Apenas ver o que é da forma que realmente é, sem tanta interferência dos seus medos, desejos, crenças e todo o arcabouço que muda o sentido da existência.

Para conseguir trilhar no caminho do meio, também o pensamento deve estar alinhado aos preceitos do Budismo. Dessa forma, é fundamental ter um maior controle da mente e trabalhar a presença no momento, além da respiração consciente.

Dessa forma, fica mais fácil manter o fluxo de pensamentos sob controle, evitando assim toda sorte de maledicências ou até mesmo, má vontade para com o outro. Também ajuda a não querer fazer o mal, pois ele tem origem no pensar, para depois partir para o falar e o agir.

Manter uma fala correta também é importante para conseguir se manter no caminho do meio e alcançar Magga, ou seja, o fim do sofrimento. Uma fala correta consiste no pensar antes de se expressar, buscando evitar palavras ásperas ou caluniosas.

Além disso, é fundamental procurar ao máximo evitar a mentira e buscar ter uma fala mais construtiva, positiva e conciliadora. Muitas pessoas gostam de discutir, mesmo que seja apenas por política ou time de futebol. Isso só alimenta o corpo de dor e as afasta cada vez mais do caminho do meio.

A ação correta vai além do agir de acordo com seus valores, incluindo atos como não destruir a própria vida através da bebida e comida em excesso, dormir pouco ou se estressar com o que não deve. Qualquer coisa que atente contra a sua qualidade de vida e felicidade não é considerada ação correta segundo o Budismo.

Além disso, uma pessoa não deve tomar para si o que não foi previamente oferecido, evitando a cobiça e a inveja. Também deve-se manter uma conduta sexual saudável e própria para os envolvidos, resultando somente em efeitos positivos e sempre sob controle.

Todo mundo precisa de um meio de subsistência e, segundo o Budismo, isso não pode ser motivo de sofrimento e dor para outras pessoas. Por isso os ensinamentos de Buda mostram que é fundamental ter um meio de vida correto, a fim de manter o equilíbrio no Todo.

Dessa forma, manter a moderação no seu modo de vida é fundamental, sem gastar demais ou ser sovina, ajudando a quem precisa sempre que possível, mas sem se prejudicar. Também é importante manter uma profissão que esteja de acordo com seus valores, ou seja, que não prejudique ninguém.

A ideia do esforço correto está relacionada ao ajuste do agir, porém com a intensidade de execução adequada. Em outras palavras, fazer o esforço correto é direcionar sua energia para coisas que venham agregar em sua vida, focando no que pode te ajudar a crescer.

Para isso, deve deixar de lado coisas que estejam te prejudicando nesse momento ou que possam te prejudicar no futuro. Da mesma forma, você precisa investir mais esforço em atividades que venham trazer benefícios para você e para os que te cercam, levando a futuros estados benéficos.

Com tantas informações, cores e movimentos disponíveis para prender sua atenção em pontos específicos, como por exemplo, um vídeo ou mensagem encaminhada, fica mais difícil conseguir ter a tão necessária atenção plena nas coisas do dia a dia, pois a mente se acostuma com esse ritmo intenso.

Porém, para conseguir encontrar o caminho do meio, estar presente no momento é fundamental, mesmo que esteja ocupado com trabalho ou lazer. Manter a mente alerta e consciente do que está acontecendo é fundamental, deixando corpo, mente e fala de acordo com o que você realmente precisa.

A concentração correta é também chamada de quarto Jhana e precisa de muito trabalho para se alcançar, pois requer o domínio de corpo, mente, fala e ação. Os ensinamentos de Buda mostram esse Jhana como o estado de não felicidade ou de felicidade, da plenitude e equidade.

Alcançando a concentração correta, você consegue finalizar o Nobre Caminho Óctuplo, passando pelas quatro Nobres Verdades e chegando à Magga. Dessa forma, é possível estar mais perto do estado de iluminação, ajudando ainda mais no karma da humanidade.

Como toda religião, o Budismo conta com preceitos básicos que devem ser seguidos com retidão. Ao todo, são apenas cinco, mas contemplam importantes áreas da vida. Os preceitos de Buda são "Não Mate", "Não Roube", "Não Faça Mal Uso do Sexo" e "Não Consuma Drogas ou Álcool". Entenda a seguir o porquê de cada um.

É possível que toda religião, filosofia ou doutrina leve essa lei em consideração. Os ensinamentos de Buda vão um pouco além de outras tradições, pois quando diz não mate – pois você é parte do todo e cometendo tal ato está prejudicando a si mesmo – está falando também de animais, como a galinha, o boi ou até mesmo a formiga.

Se você não deseja o que é do outro e se contenta com suas conquistas, já está em um bom caminho. Mas ainda assim, o Budismo enfatiza a ideia de que não se deve roubar, mesmo que seja o lugar de alguém na fila, o fruto de esforço intelectual ou físico de alguém, ou até mesmo objetos.

O sexo é absolutamente natural e muito bem-visto no Budismo, porém ainda é uma troca energética e todo excesso é visto de forma atenta pelos ensinamentos de Buda. Por isso, é importante manter o ato sexual saudável e como um complemento à sua vida, não como foco dos relacionamentos.

Manter a mente ativa e sempre em plenitude, observando o momento presente é fundamental para que se consiga chegar à Magga, ou seja, o fim do sofrimento. Por outro lado, o uso de entorpecentes – legalizados ou não – alteram o funcionamento do cérebro e por isso seu uso não é recomendado no Budismo.

Toda pessoa é formada por uma série de fatores interdependentes, como a criação, a moral vigente, genética e muito mais. Porém, é dentro da mente de cada um que as pequenas e grandes mudanças acontecem, pois somos moldados pelos nossos pensamentos, frutos dessa mistura. Como consequência disso, é na mente que nascem, se desenvolvem e se manifestam as conquistas.

Se você aprende a direcionar sua mente para algo bom, fazendo com que seus pensamentos, palavras e ações tomem a forma da mudança esperada, então vai conseguir alcançar seus sonhos ou até a iluminação mais facilmente. Para isso, os ensinamentos de Buda podem ajudar muito, já que mostram o caminho para controlar seu pensar e moldar sua vida pelo caminho do meio.