Ervas de Omulu: Conheça seus significados e usos ritualísticos!

Ervas de Omulu: Conheça seus significados e usos ritualísticos!

Conheça as ervas de Omulu, o médico dos pobres da Umbanda e Candomblé, Senhor da cura e das pandemias. Veja para que serve cada uma, na medicina ou nos rituais.


Conheça as folhas e ervas de Omulu - Obaluaê!

Lavanda; uma das ervas de omulu

Conhecer as folhas e ervas de Omulu – Obaluaê é caminhar na sagrada trilha da cura. Cada Orixá tem suas ervas específicas, que vibram em sintonia com sua energia. Dessa forma, são as mais adequadas para utilizar em trabalhos de cura, obrigações, agradecimento ou pedidos.

Para usar corretamente as ervas, é importante saber um pouco mais sobe esse poderoso Orixá das pandemias, da cura e da morte. Além disso, também a classificação das folhas e ervas é fundamental para evitar o uso indiscriminado. Conheça então todas as folhas e ervas de Omulu, suas características e seus respectivos usos.

Folhas e ervas dos Orixás

Babosa; uma das ervas de Omolu

Conta o Itã (lenda africana) que as folhas e ervas dos Orixás eram cultivadas e protegidas por Ossain, que detém o controle de todas as plantas. Xangô, o Orixá da justiça, decidiu que todos deveriam ter acesso à cura vinda das plantas, pedindo para sua esposa, a astuta e guerreira Iansã, para resolver o problema.

Foi então que Iansã, que controla os ventos com seu eruexim (instrumento feito de crina de cavalo, associado a um leque), entrou no reino de Ossain e espalhou algumas ervas para cada Orixá correspondente. Por isso, algumas folhas são específicas de alguns Santos, outras são de um grupo de Orixás e outras pertencem somente a Ossain.

Para quem não acha que itãs são as melhores explicações para o porquê de cada erva ser de cada Orixá, também se pode observar a correlação energética entre eles. Por exemplo, ervas de Obaluaê tem muita relação com cura, limpeza e proteção, entre outras características atribuídas ao Orixá.

Quem é Omulu?

Conhecido como o Médico dos pobres, Obaluaê também é chamado de Omulu ou Xapanã, sendo esse último nome não pronunciado, sob o risco de atrair doenças, segundo o credo. Cada nome está relacionado a uma fase da vida ou vibração do Orixá, explicando seus diversos papeis dentro do panteão africano.

Ele é o mais temido nos cultos afro por causa de diversos itãs que o relacionam com a peste, pandemias e uma fúria sem igual. Por outro lado, ele é também o respeitado e amado médico que cura as chagas do corpo, da mente e da alma com sua simplicidade e força.

Filho da sábia Nanã, que forneceu o barro para a criação, e Oxalá, que deu vida ao ser humano, Obaluaê é misericordioso como o pai e rígido como a mãe. Ligado à terra, ele controla os eguns (espíritos perdidos) e não perdoa quem age de má índole. Conhece os segredos da morte, limpando o corpo no desenlace.

Ele é representado tendo seu corpo coberto com uma vestimenta de palha, que o cobre dos pés à cabeça, pois nenhum mortal consegue olhar diretamente para sua luz dourada, de uma beleza inigualável. Carrega consigo seu xaxará, feito com folha de palmeira, búzios e contas, que usa para varrer as doenças, feitiços e qualquer tipo de mal que aflija seus filhos.

Qual a importância das folhas e ervas para os Orixás?

As folhas e ervas de Omulu – ou de qualquer outro Orixá – são fundamentais para estabelecer o vínculo com o Santo, afinal, eles têm o campo energético similar, facilitando assim o processo. Tanto é que, quando alguém vai se iniciar, utiliza as ervas do seu Orixá correspondente no processo.

Além disso, elas também são usadas para fins específicos, como:

• Defumação: muitas ervas são perfeitas para a defumação, seja em sua versão fresca ou desidratada. Elas podem ter diversas finalidades, a depender de cada campo energético atingido. Em outras palavras, há ervas específicas para limpeza ou desobsessão, outras para prosperidade, acalmar e afins;

• Banhos: os banhos são poderosos e devem ser feitos sempre com supervisão, principalmente se utilizarem ervas quentes. Nesse caso, as ervas e folhas são fundamentais para que o banho funcione adequadamente, podendo ser adicionados outros ingredientes, como pedras, alimentos, perfumes e outros;

• Remédios: não é novidade para ninguém que as ervas são reconhecidas por suas propriedades medicinais, seja para fazer xaropes, chás ou cataplasmas. É fundamental compreender para que serve cada erva e, se estiver relacionada ao Orixá certo, pode ter até melhores resultados na cura;

• Trabalhos: muito comuns na Umbanda, Candomblé e outras linhas religiosas não cristãs, os trabalhos são uma ferramenta útil e delicada para atingir objetivos específicos. Também existem os ebós, que são trabalhos com o objetivo de limpeza e reequilíbrio, todos usando ervas e folhas dos Orixás específicos;

• Amaci: esse é um processo em que conhecer a erva de cada Orixá é fundamental, pois é um ritual iniciático feito com médiuns, para aumentar a ligação energética entre seus guias e eles, a fim de iniciar a incorporação. Para que ele aconteça, as ervas específicas são usadas na iniciação e no preparo dela, dias antes, para limpeza e abertura.

• Oferendas: outro uso das ervas de Omulu e outros Orixás é o preparo de oferendas. Para que faça sentido e não desagrade ao Santo, é fundamental escolher as folhas e ervas corretas, evitando as quizilas (coisas que desagradam o Orixá), fazendo assim as escolhas certas para cada um.

Quais são as ervas mais usadas na Umbanda?

Certamente, a guiné é uma das folhas mais utilizadas na umbanda, principalmente por causa do seu potencial de limpeza, mas existem diversas outras ervas e folhas de Orixás que são utilizadas das mais diversas maneiras, seja em usos tradicionais ou até mesmo decoração.

Um bom exemplo do uso das folhas de Orixás para decoração é a quantidade de pessoas que utilizam as espadas de Ogum/São Jorge na entrada de casa para proteção. Também pode-se citar as espadas de Iansã para prosperidade, arruda para proteção, comigo-ninguém-pode para mau olhado ou até pimenteiras dentro de casa.

Apesar de muitas ervas serem constantemente usadas na Umbanda, como a alfazema, sálvia, babosa, aroeira e outras, existe um grupo especial chamado carinhosamente de 7 ervas. São o combo que deve estar em todas as casas para usos diversos, sendo composto pela arruda, guiné, alecrim, comigo-ninguém-pode, espada de São Jorge, manjericão e pimenteira.

Como é a classificação das ervas?

A classificação das ervas se dá de forma simples, ajudando no manejo destas e o uso cuidadoso. Isso porque é dividida em três principais grupos: ervas quentes, mornas e frias. Elas estão relacionadas ao campo de atuação e potência de cada planta, bem como principal ponto de atuação.

As ervas quentes são muito agressivas e devem ser utilizadas com cautela e orientação. As mornas têm um papel de equilíbrio, balanceando as forças de outras plantas utilizadas e agindo de forma forte, porém não tão intensa. Já as frias são utilizadas para fins específicos, sendo mais delicadas no trato, porém poderosas na intenção.

A principal utilidade das ervas quentes é a remoção de larvas astrais, miasmas e qualquer outro tipo de energia mais densa que esteja impregnada no campo astral ou no ambiente. Da mesma forma que conseguem limpar até as energias mais pesadas, também pode causar falhas no campo magnético, então é fundamental utilizar de forma cuidadosa.

As ervas mornas têm também essa capacidade de limpeza, sendo, porém, mais delicadas no trato com sua energia. Dessa forma, são usadas junto com as ervas quentes e acabam ajudando a equilibrar sua ação, reconstituindo a aura, caso seja necessário. Elas também ajudam a manter a fluidez da energia durante os banhos e defumações e até depois deles.

Ervas frias são delicadas no trato com seu campo energético, porém poderosas para fins específicos. Isso porque elas atuam em padrões vibratórios únicos, sendo perfeitas para realizar feitiços e pedidos. Normalmente, elas são classificadas em atratoras – que ajudam a atrair algo específico, como sorte, por exemplo; energéticas, com o objetivo de energizar; e calmantes, que ajudam a trazer calma e tranquilidade para o corpo, mente e local utilizado.

Folhas e ervas de Omulu

Coentro; uma das ervas de Omolu

Segundo as tradições Jêje-Nagô, se classifica as ervas com base em alguns atributos para decidir a qual orixá elas pertencem. Entre eles estão a cor, aparência, local onde são mais facilmente vistas, textura de suas folhagens e flores, cheiro, tamanho e diversos outros atributos.

Outro detalhe utilizado na classificação das ervas é a sua relação com os quatro elementos, terra, fogo, água e ar, associando assim ao Orixá equivalente. No caso das folhas e ervas de Omulu, elas são normalmente mais rústicas, resistentes e geralmente ligadas à cura e proteção. Veja quais são as principais e seus usos.

Agapanto

Também conhecido como lírio africano ou flor do Nilo, o Agapanto é uma planta linda e resistente, com floradas no tom roxo e branco, sendo associada assim a Omulu e seus pais, Nanã e Oxalá.

Ele é utilizado para ornamentar pejis (casa de Orixá ou quarto de Santo, onde fica o altar ou conga). Além disso, também é comum o seu uso para realizar banhos para Omulu, sem ter seu uso reconhecido na medicina.

Agoniada

Agoniada é uma erva medicinal, também chamada de agonia, arapuê ou jasmim-manga. Ela é perfeita para purificar os filhos de Santo, além de ajudar a preparar as contas através da lavagem para o processo de iniciação dos filhos de Omulu/Obaluaê.

Todas as obrigações desse Orixá contam com a presença da planta agoniada, sendo usada também como remédio contra cólicas, melhorar o fluxo menstrual e também tratar problemas do trato respiratório, como asma e bronquite.

Alamanda

Também com uma folhagem resistente e flores mais rústicas, a Alamanda é uma planta decorativa, mas é comumente utilizada na medicina natural para tratar doenças na pele através da aplicação do chá no local afetado.

Como erva de Omulu, ela é utilizada principalmente em banhos de descarrego para afastar más energias, fazendo o trabalho de forma mais branda do que algumas ervas quentes.

Alfavaca-roxa

Muito além de um tempero, a alfavaca roxa é uma erva de Omulu e é de fácil cultivo, apesar de não ser tão comum. Na medicina natural, é utilizada principalmente como suporte para o emagrecimento saudável.

Além disso, a alfavaca roxa é utilizada nas obrigações de Omulu, sendo indicada também para banhos de limpeza e para trabalhos de descarrego, ajudando a equilibrar a energia.

Alfazema

Queridinha da Umbanda e Candomblé para limpezas em geral, a alfazema é uma planta de fácil cultivo, formando um arbusto que pode alcançar até 1 metro.

É usada também em todas as obrigações de cabeça dos filhos de Obaluaê/Omulu, bem como nas defumações que focam na remoção de energias negativas e harmonização da energia, dando mais ânimo e tranquilidade.

Araticum-de-areia

O araticum de areia ou malolô é uma pequena árvore que tem origem na África, apresentando pequenos frutos comestíveis e muito aromáticos. Seu uso na medicina popular é voltado ao combate dos problemas intestinais e reumatismo.

Como uma das ervas de Omulu, é utilizada principalmente no descarrego, reservando-se o uso das folhas para isso, devendo, porém, ter cuidado na sua manipulação, pois é uma erva forte.

Assa-peixe

Confundida facilmente com erva daninha por ser encontrada em calçadas e nascendo entre outras plantas, o assa-peixe é rico em nutrientes e possui ótima ação anti-inflamatória e expectorante.

Na Umbanda e Candomblé, é utilizado em eboris (oferendas para o Orixá de cabeça), bem como em limpezas de ambiente ou campo áurico, seja através da defumação ou banhos.

Babosa

A babosa é uma das melhores plantas medicinais, sendo útil em diversas situações. Ela é usada também para nutrir, dar força aos cabelos e tratar problemas na pele, melhorando inclusive peles acneicas.

Como uma folha de Omulu, ela é normalmente utilizada seca, sem o gel, para fazer defumação no ambiente ou na pessoa que está precisando da limpeza mais pesada e até mesmo da cura.

Beldroega

Apesar de parecer apenas decorativa, a beldroega é também um excelente alimento, rico em nutrientes, além de ajudar no tratamento de queimaduras e acelerar a cicatrização da pele.

A beldroega é uma das ervas de Omulu, sendo mais utilizada em defumações que banhos, com o objetivo de limpeza. Também é usada na purificação das pedras de Orixá.

Carobinha do Campo

A carobinha do campo ou jacarandá é uma árvore de grande porte, cuja casca do seu caule é bem fina e acinzentada, tendo diversos usos na medicina, assim como suas folhas. Ela trata principalmente afecções da pele e do intestino.

Essa erva de Omulu é uma das 21 utilizadas no Ariaxé do Candomblé ou Amaci da Umbanda. Esse rito é feito durante a iniciação do médium na Umbanda ou na feitura do iaô no Candomblé, sendo marcos importantes nessas religiões.

Canena Coirana

A canena coirana é uma planta menos conhecida, mas é um ótimo auxiliar para problemas no fígado, se usada com cautela e a orientação de alguém com experiência em ervas.

Essa é outra das ervas de Omulu e tem grande aplicação em diversas liturgias das religiões da matriz africana. Isso porque, dada a sua versatilidade, pode entrar em todas as obrigações.

Capixingui

O capixingui, também chamado de lixeira por causa da aspereza das suas folhas, é uma árvore que chega a 10 metros, com folhas simples e muito resistente. Sua sobrevivência em más condições é tão grande que ela é utilizada para reflorestar áreas degradadas.

Sua versatilidade é encontrada também nos terreiros, pois pode ser utilizada em todas as obrigações de cabeça. Além disso, também é ótima para banhos mais fortes, focados em eliminar a carga pesada, bem como sacudimentos.

Cássia

Cássia, chuva de ouro ou Acácia é uma árvore de pequeno porte, muito utilizada por seu efeito decorativo e principalmente pela resistência. Com sua florada em cachos, ela é não apenas ornamental, mas também muito usada na medicina natural para tratar afecções da pele.

Na Umbanda, é também utilizada em amacis, diversos tipos de banhos e principalmente em abôs, que são banhos de descarrego, limpeza e purificação mais fortes.

Cebola do mato

A cebola do mato ou cebola brava é um remédio natural bem conhecido e, apesar do nome, é comestível. Além de linda, ela serve para tratar infecções bacterianas e problemas do trato respiratório.

Apesar de ser uma das ervas de Omulu, a cebola do mato não tem uso ritualístico, sendo consumida somente como medicamento. Dessa forma, não são descritos ritos ou outros usos para essa planta.

Celidônia maior

Também conhecida como erva das verrugas, quelidônia ou erva andorinha, a celidônia maior é oriunda do Norte da África e costuma nascer entre entulhos, nas paredes, muros e locais considerados inóspitos.

Uma das poderosas ervas medicinais de Omulu, ela trata problemas da pele, na vesícula e no fígado. Ela produz uma seiva amarela leitosa que é tóxica, se ingerida ou em contato com olho ou mucosas.

Cipó-chumbo

Planta parasita que suga a seiva da planta hospedeira até que essa morra, o cipó chumbo também é chamado de fios de ovos, cipó dourado e xirimbeira. Tem ação balsâmica, cicatrizante, emoliente e expectorante, podendo ser usado também para problemas de pele.

O cipó chumbo é uma das ervas de Omulu utilizadas em amacis, banhos diversos, abós e lavagem de contas dos filhos de Santo. Também é comumente utilizado em obrigações de cabeça para esse Orixá.

Cordão de Frade

Nativo da África, o cordão de frade também é conhecido como cordão de são Francisco, emenda nervos, corindiba e pau de praga. É usado na medicina natural para curar infecções respiratórias, inflamação urinária e como anti-hemorrágico.

O cordão de frade é utilizado em banhos de limpeza, já que se trata de uma das ervas de Omulu. Além disso, atua muito bem em processos de descarrego feito nos filhos desse Orixá.

Coentro

Normalmente utilizado como tempero no dia a dia da cozinha brasileira, principalmente na região Nordeste, o coentro é também largamente utilizado na medicina natural como forma de combater os gases e regular as funções gastrointestinais.

Apesar de ser utilizada nas comidas de Obaluaê/Omulu, o coentro também é muito usado no preparo das celebrações denominadas caruru, em que o banquete de comidas nordestinas é preparado e oferecido para os Orixás.

Cotieira

Pertencente ao bioma da Mata Atlântica, a cotieira é uma árvore que chega a ter 20 metros de altura. Também chamada de boleira, andá assu, fruta de cotia ou purga do gentio, a cotieira é usada como purgante há muito tempo.

Apesar dessa erva de Omulu não ter uso ritualístico dentro da Umbanda ou Candomblé, ela é bastante utilizada como purificador de feridas em animais de grande porte, com uso estritamente veterinário.

Erva-Moura

A erva moura, também conhecida como black mary ou maria pretinha, nasce em meio a entulhos e aterros, apresentando frutos pretos que, apesar de comestíveis, são muito parecidos com a beladona, altamente tóxica.

Na Umbanda e Candomblé, ela é usada para fazer banhos de limpeza para os filhos de Omulu, sendo útil na medicina natural para ajudar no tratamento de feridas e úlceras difíceis de cicatrizar.

Estoraque Brasileiro

O estoraque é uma planta resistente e muito aromática, sendo utilizada para fazer incensos e produtos de higiene e beleza. Além disso, seu uso medicinal é reconhecido, com forte ação no combate aos mais diversos tipos de infecções.

Por ser uma das ervas de Omulu, o estoraque é utilizado em defumações e banhos para os filhos desse Orixá. Para isso, é utilizado o pó da resina extraída do seu caule, desidratada e moída.

Figo Benjamim

O figo benjamim ,ou fícus, é uma árvore bastante comum no paisagismo, dada a sua beleza rústica e resistência, sem precisar de muitos cuidados para se desenvolver.

Na medicina, ela é usada como banho contra o reumatismo e feridas, porém, nas tradições africanas, é uma das ervas de Omulu, sendo usada para limpar pedras e ferramentas. É também fortemente indicada para tratar pessoas que estejam sofrendo com algum tipo de obsessão.

Gervão

Estudada pela Fiocruz como uma das fontes naturais para a cura da leishmaniose, o gervão, ou verbena, é uma planta aromática e que dá origem a um incenso purificador muito utilizado em diversas religiões.

Fácil de encontrar em todo o país, o gervão nasce nas calçadas e é facilmente cultivado. Na Umbanda, é utilizada em amacis, banhos, preparação de guias para Omulu e também firmeza.

Guararema

A guararema é uma árvore de grande porte que pode chegar até a 20 metros de altura, sendo chamada também de ibirarema, pau de mau cheiro, árvore de alho e ubaeté.

Por ser uma planta muito forte, é uma das ervas de Omulu mais usadas para limpezas de energias muito densas e até descarregos e sacudimentos. Banhos realizados em encruzilhadas como os de mi ami ami e arria-se também são feitos com essa planta.

Hortelã brava

Encontrada facilmente em qualquer terreno baldio e confundida com erva daninha, a hortelã brava é resistente e muito aromática. Usada para a produção de óleo essencial, ela também pode ser utilizada como remédio natural para a pele e problemas respiratórios e é claro, tempero, apesar do nome.

Na Umbanda, é utilizada como uma das ervas de Omulu nas obrigações de Ori, abôs e banhos de limpeza e purificação, para quem é filho desse Orixá. Também pode entrar como ingrediente na culinária de Santo.

Jenipapo

Muito utilizado para o tratamento da anemia e constipação intestinal, o jenipapo é uma planta bastante comum no Nordeste do país. Apesar do seu sabor marcante, o fruto é amplamente utilizado, mas o poder está concentrado mesmo é nas suas folhas.

Entre as folhas e ervas de Omulu, a folhagem do jenipapo é largamente utilizada, principalmente pela facilidade de acesso. Normalmente, o jenipapo é um dos componentes do banho de descarrego mais pesado ou de limpeza.

Jurubeba

Planta rústica e resistente, a jurubeba é amarga, mas excelente para a saúde, sendo bastante apreciada na culinária em diversas composições. Atua principalmente nos problemas que envolvem o fígado e o baço.

Assim como outras ervas de Omulu, como as folhas do jenipapo, a jurubeba é utilizada principalmente para banhos de descarrego pesado ou limpeza. Também pode ser utilizada em obrigações diversas.

Mamona branca

A mamona branca não deve ser ingerida, mas é utilizada de diferentes formas na medicina natural. Isso porque, apesar de ser uma planta resistente e rústica, contém certo grau de toxicidade. Em uso externo, é apropriada para atuar como emoliente, cicatrizante e analgésico.

Dado seu potencial de limpeza energética, a mamona branca é uma das principais ervas de Omulu para a realização do sacudimento, a fim de eliminar energias mais densas no campo magnético.

Mangue Cebola

Muito comum em áreas alagadas, mangues e até perto da água do mar, o mangue cebola é uma planta resistente e costuma criar um grande sistema radicular para sobreviver. Seu sabor amargo não limita o consumo das vagens e canas.

Seu uso ritualístico está relacionado principalmente com sacudimentos, podendo ser realizado até mesmo em casa, sempre com a devida orientação de alguém que domine o uso das ervas de Omulu.

Mangue vermelho

Marco em muitos manguezais, suas raízes suspensas são um espetáculo a parte, fazendo do mangue vermelho – também conhecido como sapateiro - um dos espécimes herbais mais admirados nesse bioma.

Do mangue vermelho se utiliza somente as flores e folhas para fins ritualísticos. Normalmente essa é uma das ervas de Omulu que se utiliza para fazer banhos de descarrego e limpeza.

Manjericão-roxo

Perfeito para se utilizar como tempero ou até mesmo elemento decorativo na culinária, o manjericão roxo é um excelente remédio natural contra cólicas menstruais e fortalecer o sistema respiratório e imunológico.

Essa erva de Omulu é perfeita para ser usada em defumações de limpeza, seja da casa ou da pessoa. Além disso, costuma ser usado nas obrigações de Ori de Obaluaê/Omulu.

Musgo

Normalmente o musgo cresce em locais onde outras plantas não sobreviveriam, precisando apenas de um pouco de umidade, sombra e material orgânico. Na medicina natural, é utilizado normalmente para tratar hemorroidas, através do uso tópico.

Quando se trata de aplicação ritualística, essa erva de Omulu é extremamente ampla, podendo ser inserida na obrigação de cabeça de qualquer Orixá, dado seu poder de adaptação e força de crescimento.

Panaceia

Panaceia, também chamada de braço de preguiça, é mais comum nas regiões Nordeste, Centro Oeste e Sudeste, precisando de pouco para viver, porém não suporta o frio intenso. É normalmente usada para tratar problemas de pele, reumatismo, fígado e baço, sendo também um ótimo cicatrizante.

A panaceia é uma das ervas de Omulu e pode ser usada também para fins ritualísticos. Normalmente, ela é usada para as obrigações desse Orixá, além de banhos de descarrego e de limpeza.

Picão da praia

Planta ornamental extremamente adaptada a solos arenosos e poucas condições de sobrevivência, o picão da praia é utilizado também para preparar remédios para o trato urinário, funcionando como um ótimo diurético.

Somente na Bahia que o picão da praia é associado às ervas de Omulu, sem que tenha um uso ritualístico designado a ela. Dessa forma, ela é muito mais representativa do que sagrada.

Piteira imperial

Da família do agave, a piteira imperial também pode ser chamada de furcreia, piteira, uroatá-açú, gravatá-açú, pita e piteira-estriada. Ela é um arbusto muito decorativo, com espinhos e extremamente resistente. Suas fibras eram usadas pelos indígenas para fazer os arcos e para a cicatrização de feridas.

Rústica e bela, a piteira imperial é uma das ervas de Omulu que podem ser utilizadas em casa. Normalmente, se utiliza suas folhas secas para fazer banhos e defumações pessoais.

Quitoco

O quitoco também é conhecido como madre cravo ou lucera, sendo recomendado o seu uso para o tratamento de problemas que afligem o trato gastrointestinal. Também pode ser aplicado em abcessos para sua redução.

Na umbanda é normalmente usado para compor banhos de ervas voltados ao descarrego mais pesado, sempre com orientação ou até mesmo limpeza do campo energético.

Sabugueiro

O sabugueiro é uma planta medicinal bem conhecida, sendo um arbusto que dá delicadas flores brancas e cachos de bagas pretas, que não devem ser consumidas. Suas flores são usadas para tratar gripes, inflamações e infecções virais.

Associada ao conjunto de ervas de Omulu, o sabugueiro também é conhecido por tratar afecções de pele, como o sarampo, catapora e escarlatina. Ele não possui uso ritualístico na Umbanda ou Candomblé.

Sumaré

Sumaré é um tipo de orquídea mais resistente, encontrada naturalmente entrelaçada em galhos de árvores e nos troncos das palmeiras. Na medicina popular, ela é utilizada para tratar inflamações da pele, aliviando furúnculos, panarícios e erisipelas. Não tem uso ritualístico.

Trombeteira branca

A trombeteira branca também é conhecida como trombeta ou saia branca, sendo indicada na medicina natural para afecções do trato cardiovascular. Consumida em forma de chá, pode ter efeito alucinógeno e, em excesso, pode até causar a morte. Pode ser usada em banhos de limpeza como erva de Omulu.

Urtiga-mamão

A urtiga de mamão é um tipo de cansanção, também chamada de arre diabo, provocando a sensação de queimadura se entrar em contato com a pele. Ela cresce facilmente em qualquer tipo de solo, mas seu manejo é perigoso, pois pode causar bolhas na pele. Diz-se que na hora de colher, a pessoa tem que permanecer em silêncio e assim, nada de mal vai acontecer.

Sendo uma das ervas de Omulu mais fortes, a urtiga mamão é usada em banhos para eliminar eguns e larvas astrais, podendo ser utilizada somente do pescoço para baixo para evitar danificar o campo energético da coroa.

Velame do campo

O velame do campo é uma planta muito conhecida, tanto para sua aplicação na medicina natural, quanto para a Umbanda e Candomblé. Uma das mais conhecidas ervas de Omulu ou Obaluaê, ele é depurativo e diurético, sendo muito utilizado para problemas de pele.

Utilizado em todas as obrigações mais importantes, como, por exemplo, o ebori, o velame do campo tem que estar presente nas feituras de Santo e ebôs dos filhos de Omulu.

Velame verdadeiro

Conhecido mais como velame verdadeiro ou velame do mato, ele é muito utilizado na medicina natural para o tratamento de afecções da pele e reumatismo. Ele é uma árvore de pequeno porte, com folhas cobertas por uma penugem branca, facilmente reconhecível.

Por ser também umas das principais ervas de Omulu, ele é usado em abôs e obrigações de cabeça desse Orixá. É também uma poderosa erva para fazer sacudimentos mais pesados, sendo associada diretamente à imagem de Omulu.

Como as folhas e ervas de Omulu podem auxiliar na sua vida?

Hortelã brava; uma das ervas de Omolu

As folhas e ervas de Omulu, o médico dos pobres, são associadas à cura de diversas doenças, principalmente aquelas que afetam a pele, assim como o Orixá, que nasceu coberto de chagas.

Porém, seu uso vai muito além, ajudando a limpar a aura e afastar espíritos malignos, sempre com a ajuda do pai Omulu. Atotô Obaluwàiyé Akosì-Sapakta Toto run Jagun! Atotô! A jìí bèrú! (Façamos silêncio em respeito a Obaluayê! Silêncio! Nós acordamos com medo!).

Autor deste artigo

Sempre à procura da resposta da vida, do universo e tudo mais (ok, 42... então da pergunta), sou redatora sênior, um tanto nerd e apaixonada pela escrita. Com graduação em Adm e Marketing, acredito na magia através das palavras, criando mundos e buscando soluções para os pequenos grandes desafios diários.

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